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Como aplicar SOA aos atuais desafios da TI

Nos dias atuais, o desenvolvimento de aplicações em ambientes corporativos tem ganhado proporções e complexidades que não eram previstas a curto prazo. Esse crescimento, quando não é bem estruturado, cria uma verdadeira colcha de retalhos.

Cada componente é desenvolvido para resolver problemas pontuais com alto grau de acoplamento, contribuindo para uma cadeia cada vez maior de redundância de funcionalidades sistêmicas e consequentemente gerando overhead às estruturas de TI.

SOA (Service-Oriented Architecture) é uma abordagem de arquitetura corporativa onde o principal objetivo é permitir a criação de serviços interoperáveis, facilmente reutilizados e compartilhados tanto no ecossistema interno como no externo.

No Brasil esse conceito ainda é incipiente, embora o tema seja antigo e mais maduro nos EUA e Europa. Por aqui, a área de serviços financeiros sai na frente na sua adoção e maturidade.

O desafio de solucionar as necessidades de desenvolvimento e a capacidade de adaptação às novas demandas do mercado é antigo, exigindo cada vez mais qualidade, flexibilidade e principalmente agilidade.

Dentro deste contexto a arquitetura orientada a serviços representa uma evolução natural da arquitetura de sistemas convencional.

A dificuldade de avaliação de todos os impactos que uma alteração no ambiente de TI pode gerar ao negócio, atrelada à falta de um modelo de referência no desenvolvimento de sistemas são os maiores motivadores à adoção desta estratégia. Ela visa a disponibilização de soluções de negócio baseadas no conceito de processos e aplicações orientados à serviços.

Para se colocar em prática uma arquitetura de TI baseada em SOA é necessário, antes de mais nada, um perfeito alinhamento de expectativas entre o departamento de TI, demais áreas de negócio e o board da organização. E para isso precisamos conceituar o que é, e o que não é SOA:

SOA não é
– uma tecnologia
– uma metodologia
– ou simplesmente algo que se compra e instala

Mas sim uma abordagem arquitetural corporativa que permite a criação de serviços reutilizáveis e compartilhados.

Caso os conceitos e expectativas não estejam claros e alinhados entre as partes envolvidas, acaba sendo difícil justificar SOA sob a ótica de tempo, custo e escopo. Pensar em desenvolver serviços que serão reutilizáveis e outros artifícios como governança nem sempre são reconhecidos quando falamos de um cenário de TI que, atualmente, trabalha com prazos cada vez mais curtos e projetos que já nascem atrasados.

De forma geral podemos definir uma estratégia de implementação dividida em três macros fases:

1 – Assessment – de modo que se obtenha uma figura panorâmica do estágio atual e nível de maturidade da empresa;

2 –  Quick Wins – atividades com baixo ciclo de desenvolvimento, mas que tragam ganhos imediatos, ajudando no processo de disseminação da nova abordagem

3 – Run – a  fase de execução propriamente dita, onde todo o projeto que suporta a estratégia de arquitetura será colocada em prática;

Não existe receita de bolo ou fórmula mágica para uma implementação de arquitetura SOA, mas uma boa prática é definir uma estratégia que aborde as principais dimensões do modelo arquitetural:

– Negócios – onde são avaliados os processos de negócio, gerenciamento de custos e estratégias time-to-market

– Governança – passando pela definição das métricas, estruturas, papéis e responsabilidades

– Metodologia – onde são avaliados os processos de ciclo de vida, artefatos e repositórios, qualidade assegurada e pontos de controle

– Aplicação – passando pelos conceitos de reusabilidade, padrões e boas práticas

– Arquitetura – trabalhando as definições de compliance, políticas, EAI e arquitetura de referência

– Informação – onde são trabalhados os modelos de dados corporativos, abstração e transformação, além da modelagem de dados

– Infraestrutura e gerenciamento – fechando o ciclo por meio da definição de métricas de gerenciamento e ferramentas de suporte

A implementação de uma arquitetura corporativa baseada em SOA definitivamente não é a solução para todos os desafios atuais da TI – mas sem dúvida esta em linha com a evolução de maturidade da área. Por meio de um projeto bem estruturado pode contribuir significativamente para a transformação da TI em uma área que maximize resultados, voltada à criação de processos inovadores e valor agregado às empresas.


(*) Juliano De Conti é diretor de TI da Simpress

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