Se há cinco anos um fornecedor chegasse ao líder de TI de um banco para discutir computação em nuvem, provavelmente, receberia uma grande negativa, seguida pela frase: ‘nuvem aqui nunca’. Mas as coisas estão mudando. O modelo de cloud, que inicialmente conquistou companhias de pequeno e médio (PME) muito em função da economia de recursos, ganha cada vez mais adeptos entre as grandes corporações. Recentemente, por exemplo, durante a inauguração do data center em Mogi Mirim, o responsável pela TI do Itaú mencionou que já considerava nuvem, não apenas no modelo privado, para ambiente de testes e outras atividades.
Esse momento, reconhece Paulo Pichini, CEO e fundador da Go2Next, é altamente benéfico para provedores de nuvem e abre a possibilidade para uma nova onda de trabalho. “A ida dos bancos facilita esse novo trabalho”, afirmou o executivo em conversa com o IT Forum 365. “Nascemos no conceito de nuvem e o trabalho no início era convencer o mercado principalmente na questão da segurança”, relembrou, afirmando que o máximo que acontecia nas instituições financeiras era uma prova de conceito de nuvem privada nos laboratórios de teste.
É óbvio que ainda deve demorar para que grandes bancos considerem rodar aplicações mais críticas em um modelo de nuvem pública, mas a eficiência operacional propiciada mesmo na vertente privada tem atraído cada vez mais essas instituições o que influencia toda a cadeia. Pichini observou também que, dentro desse movimento forte de ida para a nuvem, algo interessante é a busca pelo entendimento do modelo híbrido, mesmo quando a empresa não tem nada em cloud.
“Tem muitas oportunidades de projetos, mas a palavra do momento é nuvem híbrida, mesmo para quem não tem nada. Obviamente pensando nisso em um ambiente virtualizado que começa no data center da empresa, emenda com o serviço de nuvem pública, e dentro de um cenário onde os dados se movimentam facilmente com o auxílio de ferramentas virtuais”, explicou.
Embora o desejo da nuvem híbrida esteja refletido em estudos divulgados por diferentes consultorias, um dos grandes desafios para projetos do tipo residia nas ferramentas de orquestração, justamente para que a combinação de ambientes público e privado ocorresse sem qualquer prejuízo ao usuário e de maneira automatizada. O mercado, é verdade, dispõe de ferramentas e Pichini afirma que soluções disponibilizadas mais recentemente possibilitam esse trabalho com excelência.
Digitalização dos negócios
Além da computação em nuvem, o executivo vislumbra oportunidades com tecnologias digitais de maneira geral. No País, diversos executivos têm buscado informações para melhor entendimento dos conceitos que pairam na indústria, muito influenciados também por multinacionais que iniciaram um processo de implantação de suas estratégias digitais. A maioria traz como diferencial o pensar a tecnologia de maneira diferente, como sinalizou Pichini.
O executivo afirma que tem participado de diversas iniciativas que não podem ser divulgadas, mas que trazem um conhecimento diferente para a Go2Next, fazendo com que a provedora esteja com os pés fincados nesse mundo emergente. “Temos crescido muito em experiência do usuário. Empresas de varejo têm nos convidado para trabalhar em lojas conceito que buscam entender melhor o consumidor. E esses trabalhos nos levam a integrar outras coisas, como vídeo, áudio, geolocalização, algo muito mais amplo. Nos chamam pela expertise digital.”