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Com bitcoin, banco migra para bolso das pessoas

Se você entende profundamente de bitcoin ou é comprador e usuário da moeda virtual, comemore, pois é um dos poucos com conhecimento no tema. Ninguém do mercado sabe ao certo o futuro dessa tecnologia, se ela vai morrer ou decolar nos próximos anos. Nem mesmo uma das principais figuras internacionais, especialista no tema, é capaz de prever o destino do bitcoin.
O que é certo, no entanto, é que ela certamente promoverá a quarta revolução do dinheiro, sentencia Andreas Antonopoulos, especialista em segurança da informação e bitcoin e autor do livro “Mastering Bitcoin”, traduzido para diversos idiomas, incluindo português. Para explicar sua teoria, Antonopoulos revisitou, durante o coinBR Bitcoin Summit, uma série de acontecimentos do passado relacionados à moeda.
“O dinheiro é a tecnologia mais antiga desenvolvida pelo humano, mais até do que o fogo”, observou, completando que sua primeira revolução foi a partir do uso de metais preciosos como moeda, acessível apenas às pessoas importantes, como famílias reais. A segunda revolução, prosseguiu, consistiu no uso de papel como dinheiro e assim passou a ser utilizado por pessoas que não eram da aristocracia. “Nessa época, o papel não foi bem aceito e a população custou a ver valor nele”, lembrou.
Em seguida, veio a terceira revolução, que teve início em 1950 com o surgimento do primeiro cartão de crédito. Somente 30 anos depois é que o papel de plástico passou a ser amplamente difundido e usado.
Em 2009 começou o que Antonopoulos acredita ser a quarta revolução: o surgimento do bitcoin, moeda não controlada por governos, nações ou instituições bancárias. “Bitcoin permite termos um banco inteiro no bolso, transferindo dinheiro à velocidade da luz”, explicou, dizendo que ele promove o fim do dinheiro como conhecemos.
Qual país vai ser pioneiro na adoção do bitcoin?, perguntou e emendou na resposta: “A internet. A maior concentração de pessoas no mundo.” E ele vai substituir o dinheiro atual? Não. “Você pode ser brasileiro e falar inglês, mas nem por isso deixou de falar o seu idioma nativo. Não há dinheiro universal, porque não há nação universal”, disparou.
A ideia da moeda é que ela abriará oportunidades. Segundo Antonopoulos, ninguém está ameaçado pelo bitcoin, nem mesmo os bancos. “São 4 bilhões de pessoas no mundo que não têm acesso a um banco. Temos a oportunidade de fazer com esse montante faça parte da economia global.”

Sem controle, mas não fora de controle
A falta de um órgão que controle o bitcoin não significa que tudo pode ser feito da forma como os usuários quiserem. “O bitcoin entrega a promessa de privacidade para pessoas e força governos a serem transparentes”, afirmou, acrescentando que a ideia é compartilhar o poder, eliminando a corrupção.
No Brasil, Antonopoulos enxerga o bitcoin como trilha de oportunidade para inovar, criar e ajudar empreendedores a construir novos modelos financeiros. Em sua opinião, o País será hub da tecnologia.
E os bancos, de acordo com ele, podem reformular por completo sua forma de atuar. “Daqui alguns anos, eles serão empresas de tecnologia. Não haverá clientes ou ATMs. Se eles forem inteligentes e entenderem que seus negócios estão mudando, serão bem-sucedidos. Caso contrário, vão desaparecer”, prevê. “Bitcoin não é a maior ameaça aos bancos, é a maior oportunidade.”
Adoção massiva?
Para Antonopoulos, a adoção massiva do bitcoin está longe de acontecer, especialmente porque, hoje, ele ainda é difícil de entender e de usar. Esse caminho, no entanto, é natural em qualquer tecnologia, assim como aconteceu com o e-mail. Ele lembrou que a primeira vez que mandou um e-mail consumiu três horas e a outra pessoa só o recebeu 36 horas depois. “O bitcoin precisa ser fácil de usar. Tem de ser entendido pela minha mãe, por exemplo. Mas não vejo isso como desafio e sim como oportunidade”, resumiu.
Atualmente, poucos conhecem a tecnologia e Antonopoulos acredita que não é esse o momento de o governo começar a criar regulamentações para ela, pois nem mesmo a administração pública pode compreender a tecnologia. “Ninguém sabe a aceitação do bitcoin daqui cinco anos. O que sabemos é que estamos fazendo história”, finalizou.

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