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Com agência de fachada, EUA tiveram acesso a mensagens criptografadas de 120 países, diz WSJ

Uma extensa reportagem do Wall Street Journal revelou os detalhes de uma longa jornada de espionagem orquestrada pela Agência de Inteligência dos Estados Unidos, a CIA, e a agência de inteligência da Alemanha Ocidental. Segundo o jornal, as duas estavam por trás da empresa suíça Crypto AG, especializada em segurança da informação.

A Crypto AG, por mais de meio século, foi a empresa que governos do mundo todo confiaram para manter suas comunicações longe de espiões. A companhia construía dispositivos que, supostamente, garantiriam a cripotografia das informações.

De acordo com o Journal, a empresa suíça fez milhões de dólares vendendo equipamentos para mais de 120 países, muitos desses, inclusive, rivais. Até mesmo o Vaticano era cliente da Crypto AG. O Brasil era um dos clientes, assim como outros países da América Latina. Entretanto, o que não se sabia era que, secretamente, a CIA e agência de inteligência alemã fraudavam os dispositivos para quebrar os códigos usados para criptografar as mensagens. Segundo o WSJ, essa parceria de espionagem retomaria os tempos da Segunda Guerra Mundial.

“Foi o golpe de inteligência do século”, destaca o WSJ. “Governos estrangeiros estavam pagando uma boa quantia de dinheiro para os Estados Unidos e a Alemanha Ocidental terem suas comunicações mais secretas lidas por (pelo menos e possivelmente cinco ou seis ) países estrangeiros”.

A extensão da espionagem tinha porém, suas limitações. A China e a Rússia, por exemplo, não eram clientes da Crypto.

Nos anos 1990, a Alemanha Ocidental retirou sua participação na Crypto, deixando a exclusividade das informações sob a tuteta dos Estados Unidos. A CIA continuou controlando a Crypto até 2018, quando vendeu os ativos da empresa, informa o Journal.

Se em 2013, o ex-agente secreto da NSA (Agência de Segurança Nacional dos EUA), Edward Snowden, revelava o sistema de viligância por trás da agência, a operação da Cryto só vem para reforçar o alcance e a obssessão dos EUA pela vigilância global.

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