Transformação digital depende do nível de maturidade da empresa
Essa jornada inclui uma mudança de mentalidade, que deve estar voltada para o desenvolvimento rápido e colaborativo de soluções.

POR Daniel Galante, Head de Cloud Solutions e CyberSec da TIVIT
A migração para a nuvem faz parte da jornada das empresas rumo à transformação digital. E hoje, com a enorme popularização dos serviços digitais ou “democratização da tecnologia”, especialmente difundidos pela pandemia, nenhum negócio pode se dar ao luxo de renunciar a esse movimento. Não por acaso, os investimentos em cloud dispararam no mundo todo. Em 2025, na China, 78% de todas as aplicações de TI estarão hospedadas na nuvem, de acordo com levantamento da consultoria McKinsey. A expectativa é que o mercado chinês de nuvem pública praticamente triplique em tamanho nos próximos anos, atingindo US$ 90 bilhões – no ano passado, alcançou US$ 32 bilhões.
Mas se engana quem pensa que a nuvem é suficiente para a transformação digital. Essa jornada inclui uma mudança de mentalidade, que deve estar voltada para o desenvolvimento rápido e colaborativo de soluções. Com base na experiência com nossos clientes, podemos dividir o sucesso da transformação digital em três níveis de maturidade: operacional, estratégico e transformacional. Este último, o terceiro nível, indica que a empresa está plenamente adequada à transformação digital, um ciclo, aliás, que nunca se encerra, pois a tecnologia muda e exige adaptações constantes.
No primeiro estágio, o operacional, as empresas têm nenhum ou pouco conhecimento de nuvem e de tecnologia como um todo, com dificuldade para entender como o processo funciona. O foco delas é na redução de custos, na migração com menor impacto operacional possível, o que significa mudanças mínimas nas infraestruturas de TI e nas aplicações/ferramentas utilizadas. É comum que essas empresas ainda tenham receio em relação à segurança dos dados na nuvem. Acreditam – ainda que de maneira equivocada – que as informações podem ser facilmente acessadas por quem não faz parte da organização.
No segundo nível de maturidade, o estratégico, as empresas já usam alguma aplicação na nuvem ou tem parceiro de nuvem pública (backup na Azure ou na AWS, por exemplo). Seu foco é identificar melhorias para criar diferencial competitivo, fazendo com que se destaquem no mercado. Ou seja, já entendem que podem extrair valor dessa dinâmica da nuvem, mas precisam de ajuda para isso, o que costuma vir por meio de um parceiro de negócios.
As empresas que estão no nível mais avançado, o transformacional, já rodam suas aplicações em ambientes otimizados e estruturados, por meio de arquitetura cloud-native, multicloud ou hybrid cloud. Essas empresas pretendem criar mecanismos para a inovação incremental e para a disrupção, por meio de novos modelos de negócio e de novas aplicações. Já percebem o quanto os dados armazenados podem trazer inteligência para melhorar produtos ou serviços e processos do dia a dia do negócio.
Independentemente do nível de maturidade em que a empresa se encontre – operacional, estratégico ou transformacional –, o importante é abraçar a transformação digital, reconhecendo que ela é essencial para manter a competitividade em uma economia baseada na tecnologia.