Sem medo da China, TecToy quer vender 1 milhão de consoles portáteis em 12 meses
Com Zeenix, TecToy quer democratizar a entrada dos portáteis no Brasil e na América Latina

O Brasil tem recebido uma inundação de consoles portáteis white label da China nos últimos meses. Mas os aparelhos sem nenhuma garantia, e com emulação de games de origem bem duvidosa, não assustam em nada a TecToy, que está nos preparativos finais do lançamento do Zeenix Lite e Zeenix Pro – os consoles portáteis da empresa brasileira – que devem chegar logo em breve ao mercado nacional.
E Valdeni Rodrigues, CEO da TecToy, em entrevista à coluna Além do Gameplay, não titubeou sobre as perspectivas da empresa em relação a chegada do PC gamer portátil aos consumidores. “Nós projetamos a venda de 1 milhão de PC gamers em 12 meses e acreditamos que é uma meta palpável. Vamos fazer de tudo dentro dos nossos canais, com os nossos parceiros, para atingirmos – mas se chegarmos à metade desse número, já vou estar bem contente. Não é só uma questão de vendas ou receitas, mas colocar um produto sólido no mercado, com boa aceitação e que faça a retroalimentação do projeto da vertical de games da empresa, que ela se consolide dentro do negócio da TecToy”. Atualmente a empresa tem um faturamento próximo a R$ 2 bilhões, com o percentual de games correspondendo em torno de 5% desse montante.
Eddy Antonini, head de gaming products na Zeenix, que também gentilmente atendeu a coluna, não tira os méritos dos consoles chineses concorrentes – “que do ponto de vista técnico são muito interessantes” – mas ressalta onde o consumidor acaba sendo prejudicado. “São dispositivos que caem num desafio muito grande em relação ao licenciamento de software”, aponta.
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Valdeni complementa sobre os novos aparelhos da TecToy, que também têm origem na China, mas que por trás possuem um “ecossistema completo” para atender o consumidor brasileiro de forma legalizada e com todas as garantias. “Não apenas certificações, mas com tudo realmente homologado e legalizado, sem falar do pós-venda. Eu tenho que cumprir toda uma legislação para colocar o produto legalmente no País. Além disso, estamos fomentando muitos desenvolvedores nacionais que já nos procuraram para produzir games exclusivos para o Zeenix”.
Sobre a competitividade de preço dos modelos do Zeenix, que ainda não foram divulgados, os representantes da TecToy são bem categóricos sobre como posicionará o produto no mercado. “O Zeenix Lite sem dúvida vai democratizar a entrada dos portáteis no Brasil e na América Latina. Ele tem essa capacidade de entregar entretenimento e trabalho com uma qualidade satisfatória, muito além da faixa de preço dele”, explica Antonini.
O head de gaming products ressalta ainda que foi feita uma pesquisa e entendimento do que o mercado brasileiro estava precisando para a decisão de seguir na estratégia de um PC gamer portátil. “Nós temos players de console de mesa muito bem estabelecidos. Mas as pesquisas mostram hoje que metade dos brasileiros joga no mobile”, complementa. Valdeni reforça também a necessidade da TecToy de “olhar para o futuro”, mesmo que a empresa tenha essa “aura” de nostalgia. “Como gestor, eu tenho que olhar para o futuro. Você tem por exemplo a IA e a nuvem cada vez mais forte, flexível e aberta para a gente poder trabalhar grandes coisas através dela. Então o PC gamer é muito mais fácil de acompanhar tudo isso”.
“Eu tenho também uma história com a TecToy, desde meus 10, 12 anos. Para o Zeenix, nós ouvimos muito o público e eu espero que daqui 30 anos as pessoas olhem para trás e tenham essa sentimento de nostalgia com ele. Se isso acontecer, eu terei cumprido minha missão”, finaliza Antonini.
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