Mercado de tecnologia favorável aos candidatos exige capacidade de retenção e adaptação de ambos os lados
Tecnologia se consolidou como área estratégica com alta demanda e baixa taxa de desemprego

por Elisa Jardim*
Cinco anos depois, já não há dúvidas de que a pandemia acelerou a transformação digital dentro das empresas. Processos criados do dia para a noite, sobretudo para a alocação dos colaboradores trabalhando de forma remota, exigiram a antecipação de habilidades dos profissionais de tecnologia, o que ocasionou um pico de valorização destes talentos. Se antes a função era vista como um papel de suporte, com o teletrabalho as equipes de T.I. se tornaram uma das protagonistas dentro das organizações e assim seguiu até o dia de hoje.
O mercado evoluiu com muita rapidez e a tecnologia faz parte dessa evolução. Quando falamos do volume de contratações, vemos uma estabilização ao final de 2023, após o pico vivenciado durante a pandemia. Segundo os últimos dados divulgados pelo IBGE, a taxa de desemprego entre profissionais com qualificação (a partir de 25 anos e curso superior completo) está em apenas 3%, o que reflete um mercado aquecido e consolidado onde é raro encontrar um profissional de tecnologia que não esteja trabalhando de maneira fixa, salvo quando é de sua escolha trabalhar por projetos freelancers.
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Embora o mercado esteja bastante favorável aos candidatos, é importante destacar que, desde o grande boom das áreas de tecnologia, o setor passou por mudanças significativas. Se há alguns anos era comum encontrar vagas totalmente remotas, hoje o cenário já não é mais o mesmo. A volta aos escritórios é uma realidade entre grandes empresas, o que requer a capacidade de adaptação pelos funcionários que desejam fazer parte destes players.
Outra tendência identificada no segmento é que, devido à baixa taxa de desemprego entre esses profissionais, os candidatos muitas vezes estão escolhendo minuciosamente os processos dos quais participam, avaliando, por exemplo, as ferramentas utilizadas pelas empresas que vão ao encontro de seu interesse. Quanto mais recentes, mais atrativas. Assim, priorizam oportunidades em que possam colocar em prática os conhecimentos sobre as ferramentas que estudam e sobre as quais estão atualizados.
É possível, ainda, que estas pessoas optem por mudanças laterais – sem grande aumento de cargo ou salário – levando em consideração o parque tecnológico oferecido pela organização. Por isso, as empresas devem se preocupar não só com os processos de contratação, mas, sobretudo, na retenção destes talentos, mantendo-se sempre próximas dos colaboradores, entendendo suas necessidades, expectativas e as possibilidades de atendê-las dentro de suas limitações.
É fato que a tecnologia segue em foco e com um presente e futuro muito promissores. Com novas ferramentas sendo criadas a todo momento, há espaço para novos profissionais que desejem iniciar na área. Algumas dicas para quem ainda está no início de carreira são:
- Elaborar uma lista de empresas para as quais tem interesse em trabalhar
- Pesquisar sobre os tipos de tecnologia usados por elas
- Estudar e capacitar-se sobre essas ferramentas, direcionando seus esforços
- Aplicar para certificações e cursos, sobretudo para área segurança da informação
- Estar sempre atualizado
*Elisa Jardim é Gerente da Robert Half (Divisão de Tecnologia)