Materialidade: o é que é e como impacta o ESG?
Conceito de materialidade é desafiador e exige avaliação de diferentes perfis de pessoas relacionados a empresa

O caminho de uma organização em direção à sustentabilidade é desafiador, mas repleto de benefícios. Para queo ESG de fato agregue valor a uma empresa, há etapas cruciais tanto para aquelas que já avançaram nessa jornada quanto para as que estão apenas começando.
Dentre essas etapas, está a avaliação da materialidade. Qualquer organização que busca adotar práticas mais sustentáveis e integrar os princípios de ESG (ambiental, social e governança) deve enxergar o processo de materialidade como um passo indispensável.
Mas afinal, o que é materialidade? Podemos dizer que é tudo que é relevante para a empresa e para seus principais stakeholders (colaboradores, clientes, investidores, comunidade, acionistas, etc). Nada mais é do que a forma da empresa priorizar seus temas dentro do grande guarda-chuva que o ESG abarca, escutando para isso os interesses de todas as partes que interagem com ela.
O GRI (Global Reporting Initiative), uma das metodologias de sustentabilidade mais respeitadas por investidores, exige que as empresas expliquem como realizaram seu processo de materialidade. Isso inclui detalhar os planos de engajamento com as partes interessadas e identificar os temas materiais.
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Dependendo de variáveis sociais, econômicas, ambientais, políticas e geográficas, cada stakeholder atribuirá maior relevância a determinados temas. Por exemplo, para os colaboradores, questões como condições de trabalho, negociações sindicais, diversidade, liderança, políticas de remuneração e benefícios podem estar entre as mais importantes, por exemplo.
Por outro lado, para a comunidade local, temas prioritários podem incluir o impacto da empresa no trânsito, a geração de empregos, poluição, barulho e a reputação da organização no mercado.
Dessa forma, cada grupo de stakeholders terá interesses específicos, e o papel da materialidade é identificar quais desses temas mais relevantes também geram impacto significativo no negócio.
Outro aspecto fundamental é que a materialidade precisa ser revisada periodicamente, em um processo conhecido como tempestividade. Isso porque o contexto socioambiental e político é dinâmico e influencia diretamente as prioridades dos stakeholders, que podem mudar ao longo do tempo. O processo tem mais credibilidade quando feito por uma terceira parte.
Quando pensamos na aplicação do conceito, a forma mais comum é por meio da matriz de materialidade, ou seja, um gráfico com dois eixos que cruzam os temas mais relevantes para as partes interessadas com os impactos para a empresa. Para construir isso, é preciso identificar as partes interessadas, avaliar quais delas devem ser priorizadas e realizar uma análise sobre temas que podem ser impactantes para a empresa.
O envolvimento das partes interessadas na identificação das questões materiais é essencial para o sucesso de uma estratégia ESG consistente e abrangente. Isso ocorre porque esse público abrange uma ampla variedade de grupos que podem ser impactados pelas operações de uma empresa ou que possuem a capacidade de influenciar a organização de alguma forma. Dessa maneira, é crucial entender o que é prioritário tanto para a empresa quanto para as demais pessoas envolvidas. Esse processo não apenas amplia a legitimidade e a qualidade do trabalho realizado, mas também fortalece as relações entre as empresas e seus stakeholders.
Após a definição da materialidade e a identificação das prioridades, é fundamental que as empresas abordem os temas ESG identificados e seus impactos por meio de metas e objetivos claros. Isso inclui a melhoria de produtos, serviços e processos de gestão, a utilização de indicadores alinhados aos temas materiais, bem como o monitoramento, a análise crítica e a divulgação transparente dos resultados obtidos.
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