Jovem e conectada, geração Z personifica os avanços da digitalização dos serviços financeiros
Um em cada quatro jovens jamais fez um depósito em caixas eletrônicos, enquanto 14% deles nunca sacaram dinheiro nas máquinas

Por Claudia Amira*
Símbolo máximo do processo de digitalização financeira no Brasil, o PIX recém completou quatro anos com números que refletem seu irrefutável sucesso: mais de 121 bilhões de transações foram feitas entre 16 de novembro de 2020 e 30 de setembro deste ano, ultrapassando o montante de R$ 52 trilhões transacionados. De acordo com dados do Banco Central, 154 milhões de pessoas físicas já cadastraram uma chave no sistema de pagamentos instantâneos – considerando a população de 212 milhões de brasileiros, segundo levantamento do IBGE, a cifra é mesmo surpreendente.
Superlativos, os resultados do PIX comprovam o apetite dos brasileiros por inovações e pelos serviços financeiros digitais que, em maior ou menor grau, foram gradativamente incorporados ao cotidiano de toda a população, com mais força durante e após a pandemia. Se para muita gente, principalmente os chamados baby boomers (nascidos entre 1946 e 1964), abandonar as tradicionais e regulares idas presenciais às instituições financeiras pareceu um caminho natural na esteira do desenvolvimento de produtos e serviços mais rápidos, baratos, inteligente e seguros, o que dizer dos mais jovens, que já aderiram ao PIX usando a plataforma até mesmo para paquerar?
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Pois bem. Pesquisa realizada a pedido de uma instituição financeira pela Ipsos no Brasil, Colômbia e México apontou que indivíduos entre 18 e 25 anos encabeçam o movimento de rejeição aos serviços analógicos. O estudo destaca que um em cada quatro jovens jamais fez um depósito em caixas eletrônicos, enquanto 14% deles nunca sacaram dinheiro nas máquinas. Não por acaso, como atesta a Febraban, as transações bancárias pelo smartphone cresceram nada menos que 251% entre 2019 e 2023, representando sete de cada dez operações realizadas.
Com a chegada de mais integrantes da geração Z (15 a 25 anos) ao mercado de trabalho – informações do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) dão conta que de janeiro a junho deste ano mais de 58 mil jovens aprendizes (entre 14 e 24 anos) foram contratados -, a tendência é que a participação dessa parcela da população nas plataformas digitais de serviços financeiros aumente progressivamente.
Recebendo seus salários, inseridos economicamente e totalmente adaptados às possibilidades oferecidas pela tela do celular, os nativos digitais credenciam-se como potenciais consumidores das soluções financeiras disruptivas que não param de evoluir, sejam elas de pagamentos, de concessão de crédito, de financiamento ou voltadas a investimentos. É esperar (e não muito) para ver!
*Claudia Amira é diretora-executiva da ABCD (Associação Brasileira de Crédito Digital)
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