IA e cibersegurança: construindo resiliência em ambientes corporativos complexos

No mês da Cybersegurança, conversamos com Caroline Maneta, líder de plataforma de segurança da Dell Technologies Brasil

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9:34 am - 29 de outubro de 2024

A transformação digital, impulsionada pela inteligência artificial (IA), está redefinindo a maneira como as empresas operam, mas também impõe novas exigências para CTOs e CIOs no que se refere à cibersegurança. À medida que as organizações adotam modelos de IA para otimizar operações e criar valor, os ataques cibernéticos também se tornam mais sofisticados, explorando vulnerabilidades nas redes corporativas.

Isso impõe uma revisão profunda nas estratégias de proteção e na infraestrutura digital. Conversamos com Caroline Maneta, líder de plataforma de segurança da Dell Technologies Brasil, para entender o momento da cibersegurança e como se proteger nesse novo panorama. Leia, abaixo, um resumo da entrevista em vídeo que você também pode assistir ao final da página.

Sofisticação das ameaças: o impacto da IA nas táticas cibernéticas

A evolução das técnicas de ataque, alimentadas por IA, mudou o cenário de cibersegurança. Hoje, vemos a proliferação de ataques automatizados, com malware inteligente e campanhas de Phishing que utilizam IA para gerar Deepfakes e fraudes direcionadas. Para líderes de TI, o desafio não é mais apenas prevenir invasões pontuais, mas enfrentar uma nova realidade onde o uso de IA permite ataques altamente personalizados, que podem operar em larga escala e sem interação humana.

Esse tipo de ameaça força as empresas a adotarem uma postura preditiva e proativa, movendo-se além da cibersegurança reativa. A implementação de soluções baseadas em IA para defesa — como a análise preditiva de comportamento anômalo e o monitoramento contínuo — é essencial para identificar e mitigar essas ameaças antes que comprometam a infraestrutura crítica.

Arquitetura distribuída: a complexidade da proteção de dados no multicloud

Uma das principais mudanças enfrentadas por CTOs e CIOs está na fragmentação dos dados e aplicações em arquiteturas distribuídas. Com a adoção crescente de ambientes multicloud, aplicações SaaS e PaaS, a proteção de dados não pode mais ser limitada ao perímetro tradicional. O conceito de segurança “perimetral” está obsoleto. A dispersão de dados em diferentes localizações (datacenters on-premises, colocation e cloud) traz a necessidade de uma visão unificada e de uma política de segurança abrangente.

Nesse contexto, o modelo de Zero Trust surge como o pilar fundamental para a segurança moderna. A abordagem assume que nada é confiável dentro ou fora da rede, exigindo autenticações contínuas para qualquer dispositivo ou usuário que busque acesso aos recursos corporativos. Essa visão granular e flexível de segurança exige integração de múltiplas camadas de autenticação, verificação e monitoramento, incluindo o uso de Identity and Access Management (IAM) avançado, microsegmentação de redes e análise contínua de tráfego e logs.

Zero Trust: o novo paradigma da cibersegurança corporativa

A arquitetura de Zero Trust não é apenas uma solução técnica, mas uma mudança cultural dentro das operações de TI. Implementar um framework de Zero Trust requer coordenação entre múltiplas equipes — desde DevOps até Security Operations (SecOps) — para garantir que as políticas de autenticação, verificação e segmentação estejam sincronizadas com as necessidades do negócio e dos ambientes de TI distribuídos.

Para CTOs e CIOs, isso implica em alavancar ferramentas de automação e IA que possam oferecer uma camada de inteligência sobre a rede. Modelos de IA, capazes de detectar padrões anômalos, desempenham um papel crucial na análise contínua de tráfego, na verificação de logs e no monitoramento do comportamento de usuários e dispositivos. Essas tecnologias, combinadas com a autenticação multifatorial e o monitoramento de APIs, criam uma estrutura de defesa altamente responsiva e flexível.

Recuperação de dados e resiliência operacional: garantindo a continuidade dos negócios

Além de prevenir ataques, CTOs e CIOs devem garantir que suas organizações estejam preparadas para responder rapidamente a incidentes. O plano de continuidade de negócios e recuperação de desastres (BCDR) se torna ainda mais crítico em ambientes distribuídos e multicloud. Um ataque bem-sucedido pode não apenas comprometer dados críticos, mas paralisar operações. Portanto, a agilidade na restauração de serviços e dados é fundamental.

Nesse contexto, a combinação de backups imutáveis e isolados com a IA permite uma recuperação rápida e eficaz. A IA pode ser empregada para garantir que os dados restaurados estejam livres de corrupção ou contaminação causada pelo ataque. Em vez de semanas, organizações que implementam essa abordagem podem reduzir o tempo de recuperação para horas, assegurando que a integridade dos dados seja mantida e que as operações críticas voltem ao normal rapidamente.

A nova responsabilidade dos líderes de TI

À medida que a IA avança e os ambientes de TI se tornam mais dinâmicos, CTOs e CIOs têm a responsabilidade de adotar uma postura de cibersegurança que acompanhe essa evolução. A implementação de uma estratégia Zero Trust, combinada com o uso de IA para análise preditiva e detecção de ameaças, torna-se uma vantagem competitiva para organizações que buscam não apenas sobreviver no cenário atual, mas prosperar em um ambiente de negócios cada vez mais digital e interconectado.

Essa abordagem permitirá que as empresas enfrentem as novas gerações de ameaças, garantindo a continuidade operacional e protegendo suas infraestruturas críticas, enquanto utilizam o poder da IA não apenas para inovar, mas para se proteger.

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