IA: da geração de conteúdo ao pensamento crítico
A inteligência artificial deve funcionar como um mentor de cada um de nós

A ascensão da Inteligência Artificial Generativa (GenAI) despertou tanto entusiasmo quanto preocupação, particularmente em como ela está remodelando o aprendizado e o desenvolvimento de talentos. Estamos fomentando uma geração de inovadores ou simplesmente criando “profissionais de copiar e colar”?
Imagine dois analistas de dados em uma empresa de tecnologia. Ana usa a IA generativa para criar relatórios rapidamente, copiando gráficos e conclusões sem questionar os resultados. Carlos, por outro lado, utiliza a IA para explorar tendências ocultas nos dados, testando hipóteses e validando insights com sua equipe. Enquanto Ana entrega resultados rápidos, Carlos contribui para decisões estratégicas que impulsionam a empresa.
Esse cenário destaca um dilema crítico: estamos usando a GenAI como um atalho ou como um mentor? O verdadeiro valor da Inteligência Artificial não reside em sua capacidade de gerar conteúdo, mas em seu potencial para cultivar o pensamento crítico e as habilidades de resolução de problemas.
No mundo corporativo, a IA está revolucionando a educação. Pegue o U-Pilot, por exemplo, um consultor acadêmico alimentado por GenAI que cria caminhos de aprendizado personalizados, fornece feedback adaptativo e prepara os indivíduos para o avanço na carreira. Essa abordagem vai além dos programas de treinamento tradicionais e padronizados, atendendo às necessidades individuais e aos estilos de aprendizado.
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Estamos abraçando essa mudança no Grupo Elfa, onde lidero a área de tecnologia. Nosso processo de integração agora aproveita a IA generativa para fornecer aos novos contratados informações e recursos personalizados, garantindo que eles se tornem rapidamente membros produtivos da equipe. Inclusive, temos a Eva, nossa premiada chatbot que facilita os processos de governança corporativa.
Em 2024, a Forbes Education apontou que 80% dos estudantes universitários nos EUA já usaram IA generativa, indicando uma mudança irreversível na forma como aprendemos. No ambiente corporativo, o Gartner prevê que 50% das experiências de treinamento corporativo incorporarão GenAI até 2026. Enquanto a McKinsey destaca que empresas que personalizam o aprendizado com IA aumentam as taxas de retenção em até 35%. Esses números mostram que a adoção da IA não é apenas uma tendência, é uma vantagem competitiva clara para empresas que sabem utilizá-la estrategicamente.
No entanto, esses benefícios só podem ser realizados se priorizarmos a integração ponderada e nos concentrarmos no desenvolvimento de habilidades, não apenas na geração de resultados. Devemos garantir que a IA sirva como uma ferramenta para o empoderamento, não como uma muleta para a preguiça intelectual.
O futuro do aprendizado e da gestão de talentos reside em aproveitar o poder da IA para criar experiências personalizadas, adaptativas e envolventes.
Estamos diante de uma escolha: usar a IA como uma ferramenta transformadora ou permitir que ela nos torne reféns de uma mentalidade automatizada. Gestores têm a responsabilidade de liderar pelo exemplo, mostrando que a verdadeira inovação vem da interação humana com a tecnologia — e não da substituição do pensamento crítico pela conveniência.
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