Gamescom Latam quer ultrapassar US$ 150 milhões em negócios e consolidar Brasil como hub de produção de games

Chegada da Gamescom, maior feira de games do mundo coloca América Latina como referência mundial do setor e expectativa de crescimento no B2B e B2C

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10:00 am - 14 de dezembro de 2023
Gustavo Steinberg, CEO da Gamescom Latam (Imagem: Clever Cardoso)

Se pudéssemos definir o bom momento do mercado de games brasileiro neste ano de 2023 com apenas um highlight, definitivamente, seria sobre a chegada da Gamescom latam, em São Paulo, a partir do ano que vem – dos dias 26 a 30 de junho. A maior feira de games do mundo – que nasceu em Colônia, na Alemanha, e já tem uma versão asiática em Cingapura – se fundiu ao BIG Festival aqui no País para realmente levar os eventos de games da América Latina a outro patamar, principalmente em projeções de negócios e relevância global.

O evento chega ao Brasil com a chancela da Associação Alemã da Indústria de Jogos (game), a Koelnmesse, líder internacional na organização de feiras nos segmentos de jogos e entretenimento e a Omelete Company, que encabeça o segmento de cultura pop no Brasil e criadora da CCXP. O resultado? Uma expectativa de fazer mais de US$ 150 milhões em negócios já em 2024 e chegar a 100 mil visitantes, o dobro do que a BIG conseguiu até aqui. Números que o CEO da Gamescom latam, Gustavo Steinberg, não titubeia em mencionar a coluna Além do Gameplay. No bate-papo comigo, Steinberg ressalta. “A ideia é consolidar a região — o Brasil e a América Latina — como um hub de produção de games.

Confira a entrevista completa!

Gustavo, temos visto uma pulverização das feiras de games pelo mundo, principalmente depois do fim da E3, e um olhar da indústria cada vez maior para a América Latina. Na sua concepção, qual o impacto para o mercado de games brasileiro com essa chegada da Gamescom no País, olhando como negócio?

É o contrário da pulverização. Com a abertura da terceira Gamescom no mundo, passamos a ser uma referência mundial de lançamento de jogos e para a indústria. Há dois aspectos a se destacar: o aspecto global, de ter a cobertura tanto do ano quanto do mundo inteiro temporalmente ao longo do ano, e o aspecto regional, que é o reconhecimento da região da América Latina como uma região bastante relevante para o desenvolvimento de jogos.

De Big Festival para Gamescom – com novos parceiros e um novo momento – representa uma oportunidade de negócios de maior potencial em que novo patamar? O quanto isso pode significar percentualmente de crescimento para 2024 comparado ao que vocês tiveram até aqui já com a Big consolidada?

Acreditamos que, neste momento, haverá mais crescimento na área B2C do que no B2B. Ambos vão crescer, mas estamos esperando um crescimento maior no B2C. Nossa aposta é sair de 50 mil espectadores para alcançar entre 80 mil e 100 mil visitantes. Já na área B2B, vamos sair de 1.400 para cerca de 1.800 profissionais.

É preciso entender que a área de B2B é mais consolidada que o B2C, e que o B2C está em crescimento mais rápido desde a junção com o Omelete e, agora, com a Gamescom. Apesar disso, esperamos, sim, um número maior de empresas e um resultado maior de negócios.

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A chegada da feira significa um crescimento físico do espaço? De público? E o que mais como business pode melhorar para o ano que vem? Que novas oportunidades de negócios vocês enxergam para esse novo momento pensando no evento? O que será possível que na Big não era?

No espaço físico, planejamos crescer um terço a mais em relação a 2023, porque esse é todo o espaço que temos. Por isso que também vamos, em 2025, mudar para o Anhembi. Também pensamos que, além da limitação do espaço do evento, temos que dar passos sustentáveis e sustentados, da mesma forma que temos feito nos últimos anos. O evento vai crescer, mas não vai explodir de tamanho, nem ficar do tamanho de uma CCXP logo de cara. Precisamos de alguns anos para chegar a esse porte. Sobre o crescimento do público, pensamos em aumentar para entre 80 mil e 100 mil espectadores, mais ou menos.

Como negócio, passamos a ter um reconhecimento maior tanto do ponto de vista de lançamentos e anúncios de títulos, quanto de perspectivas de negócios para empresas. A vinda da Gamescom para o Brasil não é simplesmente um evento, é um reconhecimento da nossa região como um grande hub produtor de games. Acredito ser uma boa notícia para a indústria na totalidade, que passa a ser mais reconhecida e levada mais a sério. Os estúdios terão mais possibilidades de negócios no exterior, além de termos um diálogo facilitado com a Europa, devido à entrada por meio da Game Association e da Gamescom na Alemanha.

São mais jogos, mais publicações e vendas de jogos da região e mais investimentos para a América Latina.

Existe uma série de conteúdos que não conseguíamos alcançar com o BIG Festival, apesar de ser um dos grandes eventos do mundo, por ser um evento de uma região periférica. Agora, a região deixa de ser periférica e passa a ser parte de uma estratégia global.

Na sua concepção, Gustavo, a natureza de anos da Big em olhar para os games e o desenvolvedor brasileiro, os indies, vai continuar agora neste cenário de Gamescom? Qual a estratégia para melhorar ainda mais esse mercado nacional durante a feira? Dá pra fazê-lo potencializar ainda mais?

O BIG Festival vai continuar existindo dentro da Gamescom latam e com uma posição privilegiada. Temos que fazer a região se desenvolver para que ela possa se tornar uma das grandes produtoras de games do mundo e criar cada vez mais empresas com grande sucesso e penetração internacional. Para isso, temos que dar todo o espaço possível para os jogos independentes, e vamos continuar fazendo isso.

Um jogo que ganha o BIG Festival dentro da Gamescom latam também está ganhando visibilidade da plataforma Gamescom. Com certeza vamos gerar mais visibilidade.

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Essa nova parceria também permitirá novos parceiros de mídia, que vão dar mais visibilidade ainda em um âmbito internacional, não só regional. Nós já tínhamos parceiros, mas agora acredito que conseguiremos fechar parcerias de mídia mais amplas.

Como a Associação Alemã da Indústria de Jogos está junto neste processo? Como eles vão fazer o acompanhamento da marca deles aqui no Brasil e qual a importância disso? 

Estamos fazendo negócio tanto com a Koelnmesse quanto com a game, então a game é parte dessa sociedade. E a game tem como associados tanto estúdios quanto publishers, incluindo as grandes publishers. Já estamos em contato direto com a game e já começamos a receber contato de associados deles que querem participar do evento. Todos os associados já foram comunicados e, com certeza, poderemos contar com eles para parcerias tanto de conteúdo quanto de relações comerciais.

Em um cenário otimista, o que vocês projetam como negócio Gamescom latam para os próximos anos? Qual o objetivo em médio longo prazo para consolidar tudo isso com um retorno financeiro diferenciado já que estamos falando de uma marca global?

Geramos uma perspectiva de mais de US$150 milhões em 2023. Eram US$100 milhões em 2022, então nossa perspectiva permanece nesse vetor. A ideia é crescer ainda mais esse número e consolidar a região — o Brasil e a América Latina — como um hub de produção de games.

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