A relevância das fintechs e do Open Finance para a concessão de crédito no Brasil

Segundo o REF, as fintechs beneficiaram 4,3 milhões de clientes com a oferta de crédito a partir da análise dos dados do Open Finance

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por ABCD
10:00 am - 03 de junho de 2025
Imagem: Shutterstock

Por Claudia Amira*

Quem acompanha de perto o mercado de crédito brasileiro sabe que as mudanças ocorridas nos últimos dez anos, principalmente com o avanço da tecnologia e a consolidação das fintechs no mercado, transformaram o setor. Levantamento anual conduzido pela Associação Brasileira de Crédito Digital (ABCD) e pela PwC Brasil comprova que as instituições digitais são cada vez mais relevantes para a concessão de crédito no país — em sua última edição, o estudo apontou que o segmento concedeu, em 2023, R$ 21,1 bilhões em recursos financeiros, volume 52% maior que no ano anterior. Para além disso, no período analisado, as fintechs de crédito assistiram a um salto de 79% no número de clientes pessoas físicas, chegando a 46,7 milhões de usuários.

Esse movimento foi inegavelmente influenciado por outra inovação que se tornou um case de sucesso internacional. Nascido em 2020 como Open Banking, e atualmente indo muito além do compartilhamento de dados, o Open Finance vem desempenhando papel importante para que os brasileiros possam acessar produtos financeiros em melhores condições, uma vez que agora são “donos” de suas próprias informações.

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Divulgada no fim de abril, a mais recente edição do Relatório de Estabilidade Financeira (REF), publicação semestral do Banco Central que traz um panorama da evolução e perspectivas para a estabilidade financeira do país, destaca, por meio de números robustos, justamente a relevância das fintechs e do Open Finance para o acesso ao crédito no Brasil. 

Segundo o documento, desde a implementação do sistema financeiro aberto, foram contabilizados R$ 18 bilhões em operações de crédito “oriundas da análise dos dados compartilhados pelo Open Finance”. 

Além disso, as fintechs “beneficiaram 4,3 milhões de seus clientes com a oferta de crédito a partir da análise dos dados compartilhados por meio do Open Finance”, o que resultou em nada menos do que R$ 3,2 bilhões de novos créditos para os brasileiros no período. 

Ainda em análise presente no REF, o BC ressalta que “o uso de dados para fins de concessão de crédito permite avaliações mais assertivas da capacidade de pagamento e do perfil de risco do cliente, indivíduos ou empresas”. 

Bandeira do setor de crédito digital desde o começo dos debates sobre a possível versão brasileira do Open Banking, o sistema financeiro aberto vem demonstrando ano a ano sua  força e seu potencial para beneficiar não só os tomadores de crédito, como bem atesta o Relatório de Estabilidade Financeira, mas também o mercado, onde atua como um forte impulsionador de inovações, a economia e a sociedade. Por todo o avanço que temos testemunhado no ecossistema, certamente esse é apenas o começo.

*Claudia Amira é diretora-executiva da Associação Brasileira de Crédito Digital (ABCD)

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