Fintechs de crédito são determinantes para o avanço do eConsignado
eConsignado é considerado por especialistas o responsável pela maior mudança transformacional do segmento, e permitirá acesso a crédito

Por Claudia Amira*
Em meio a apostas dos temas que devem capturar o mercado de crédito neste ano, nada se compara ao lançamento do eConsignado, também conhecido como o novo consignado privado. Considerado pelos especialistas do setor o responsável pela maior mudança transformacional do segmento em 2025, a modalidade permitirá acesso a crédito a um importante contingente de trabalhadores, independentemente do porte das empresas e do vínculo trabalhista que mantenham.
Isso porque, de acordo com a proposta do governo, não será mais necessário um convênio entre o empregador e uma determinada instituição financeira para que o colaborador possa solicitar crédito – nessa nova versão, a Dataprev, que tem todas as informações do eSocial, passa a desempenhar essa função, habilitando a solicitação de recursos em qualquer instituição provedora de crédito.
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Com isso, a expectativa é que o acesso ao crédito consignado privado se multiplique entre três e dez vezes, na avaliação de agentes do ecossistema. Para se ter uma ideia do potencial da iniciativa, atualmente o modelo responde por uma carteira de pouco mais de R$ 40 bilhões, enquanto o popular crédito consignado público ultrapassa os R$ 500 bilhões.
Nesse cenário, em que o mercado vai se abrir para a participação de outros players, as fintechs de crédito, que hoje desempenham um importante papel na democratização do acesso a serviços e produtos financeiros, possibilitando a inclusão financeira de milhões de brasileiros, tendem a ser determinantes para que mais pessoas se beneficiem do eConsignado.
Segundo dados da Pesquisa Fintechs de Crédito Digital 2024, realizada pela ABCD e pela PwC Brasil, o segmento expandiu vigorosamente sua base de clientes pessoa física entre 2022 e 2023, saltando de 25,6 milhões para 46,7 milhões, o que representa um aumento de 82%.
Diante dessa relevância, desde o segundo trimestre de 2024, a Associação Brasileira de Crédito Digital (ABCD) mantém interlocução com a Secretaria de Proteção ao Trabalhador (SPT), do Ministério do Trabalho e Emprego, com o objetivo de alertar os órgãos sobre as especificidades dos modelos de negócios das fintechs de crédito e também sobre a necessidade de garantir isonomia competitiva, assegurando que as empresas de crédito digital sejam habilitadas a ofertar o eConsignado assim que a nova modalidade for liberada ao mercado. A capilaridade das fintechs de crédito, mais do que comprovada, tende a ser determinante para o sucesso da iniciativa.
*Claudia Amira é diretora-executiva da ABCD (Associação Brasileira de Crédito Digital)
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