Cristiano Amon, presidente global da Qualcomm: “IA vai resetar o mercado e trazer novas oportunidades”

Executivo foi destaque na programação do Web Summit 2024, que acontece esta semana em Portugal

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12:30 pm - 14 de novembro de 2024
Cristiano Amon, presidente global da Qualcomm (Imagem: Divulgação)

Lisboa, Portugal – Mais de 70 mil executivos da área de inovação, empreendedores, fundadores de startups e players do mercado de tecnologia estão reunidos esta semana em Lisboa para o Web Summit 2024, um dos principais eventos do setor em todo o mundo.

Na era da IA, os processadores ganham um papel de destaque. Por isso mesmo, um dos headliners desta edição foi Cristiano Amon, presidente global da Qualcomm. O brasileiro fez sua apresentação no palco principal do Web Summit e destacou o quanto a GenAI é transformadora para o mundo atual.

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Após sua apresentação, Amon participou de uma coletiva de imprensa com jornalistas, onde compartilhou uma visão do futuro em que a inteligência artificial se torna parte integrante da experiência do usuário, tornando-se essencial em diversos dispositivos, de smartphones a carros, PCs e até mesmo em jogos.

IA como Interface de Aplicações

Segundo Amon, as interfaces de IA estão transformando a maneira como interagimos com aplicativos e dispositivos. Em breve, será comum “falar” com o celular ou o carro, e a inteligência artificial permitirá um entendimento contextual mais profundo. “As máquinas agora podem entender a linguagem humana, o que muda nossa percepção de aplicativos hoje”, afirmou Amon. Ele enfatiza que o desenvolvimento dessas tecnologias permitirá que as interações sejam mais naturais, por meio de voz, toques e texto, criando uma camada de contexto essencial para o uso diário.

Crescimento do Segmento Premium e da Demanda por Processadores de Alta Performance

A demanda por smartphones de ponta cresce, mesmo em um mercado estável, com consumidores buscando dispositivos mais sofisticados. A Qualcomm tem investido fortemente em processadores que suportem casos de uso de IA, acelerando a tendência de tornar o smartphone um “supercomputador de bolso”. Amon destaca que, com a crescente demanda por IA, o número de aplicativos e funções relacionadas à inteligência artificial está se multiplicando, o que cria um novo ciclo de evolução no mercado de dispositivos móveis.

Mudança Rápida: Oportunidades para Startups

Um ponto marcante da conversa foi a visão otimista de Amon sobre o papel das startups, especialmente no Brasil, no desenvolvimento de tecnologias de IA. Com o “reset” proporcionado pela IA, novas oportunidades surgem para que pequenas empresas desenvolvam soluções personalizadas e regionais. No contexto brasileiro, onde a internet móvel se popularizou rapidamente, o potencial para inovações que entendam nuances culturais é imenso, abrindo portas para startups que abraçarem essa mudança.

Aceitação e Resistência à IA pelo Consumidor

Questionado sobre a resistência de consumidores à IA, Amon respondeu que a aceitação da tecnologia é uma questão de tempo e de acesso a novos recursos. Estudos mostram que 18% dos consumidores já veem valor nas capacidades de IA, um número promissor. Amon acredita que, conforme novas funcionalidades se tornem visíveis, essa aceitação crescerá. “Estamos apenas no começo”, afirmou, destacando que as pessoas querem ver aplicações práticas e úteis para justificar o investimento em um dispositivo com IA.

Geopolítica e Parcerias Estratégicas

Em relação ao cenário geopolítico, Amon mencionou que a Qualcomm tem se adaptado bem, expandindo parcerias com empresas chinesas e mantendo um papel estabilizador nas relações comerciais entre os Estados Unidos e a China. Quanto à fabricação de chips, Amon mencionou que a Qualcomm está diversificando sua base de fornecedores, colaborando tanto com a TSMC quanto com a Samsung, o que reforça a capacidade da empresa de atender à demanda crescente.

IA no Setor Automotivo e PCs

O setor automotivo e os PCs também são alvos das inovações da Qualcomm, com novas gerações de processadores que trazem IA embarcada. Um exemplo é o uso de modelos de linguagem em jogos de RPG, permitindo que personagens virtuais tenham interações únicas com os jogadores, ou até mesmo a utilização de IA em sistemas de segurança para proteger crianças em jogos online.

Para Amon, a IA democratizada é uma revolução que já está em curso e promete transformar dispositivos e interações no cotidiano, de forma segura e responsável. “Não é algo para daqui a alguns anos, já estamos vendo essas mudanças acontecerem e impactarem o nosso dia a dia”, concluiu.

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