Computação quântica e o futuro da humanidade

Apesar de o desenvolvimento dessa tecnologia estar em estágios iniciais, empresas e instituições de pesquisa já estão experimentando suas aplicações.

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2:00 pm - 11 de abril de 2025
Imagem: Shutterstock

Segundo dados do IDC, os investimentos no mercado de computação quântica devem atingir cerca de US$ 16,4 bilhões até 2027. A Nvidia, multinacional de tecnologia que atua na área de computação visual, inteligência artificial e computação em nuvem, anunciou recentemente a criação de um novo centro de pesquisa em computação quântica em Boston. Já a gigante da tecnologia Microsoft apresentou no começo do ano um chip quântico que pode transformar o mundo da computação.

Exemplos não faltam quando o assunto é o avanço dessa inovação e os impactos disso para a humanidade. Para explicar melhor como ela funciona, imagine um computador que consegue resolver, em segundos, problemas que levariam milhares de anos para um aparelho tradicional. Portanto, ela é uma nova forma de processar informações, baseada nos princípios da mecânica quântica (área da física que estuda partículas subatômicas).

Ao contrário dos aparelhos clássicos, que usam bits (0 ou 1), ela utiliza qubits, que podem estar em 0, 1 ou ambos simultaneamente, graças ao fenômeno chamado superposição. Para realizar cálculos, os computadores quânticos usam portas lógicas quânticas que manipulam o estado dos qubits. Isso significa que, ao contrário dos sistemas tradicionais, que seguem uma sequência linear, eles utilizam o entrelaçamento e a superposição para processar grandes volumes de dados ao mesmo tempo.

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Ainda que pareça roteiro de ficção científica, na verdade esse futuro está mais perto do que imaginamos. Apesar de o desenvolvimento dessa tecnologia estar em estágios iniciais, as empresas e instituições de pesquisa já estão experimentando suas aplicações. O Google, por exemplos, alcançou a chamada “supremacia quântica” em 2019, quando seu processador quântico Sycamore realizou um cálculo em 200 segundos que levaria 10 mil anos em um supercomputador clássico. Embora tenha sido um experimento específico, ele demonstrou o potencial incomparável da computação quântica.

Já a Volkswagen aplicou algoritmos quânticos para otimizar o fluxo de tráfego em cidades grandes. Como resultado, esse sistema conseguiu calcular rotas mais eficientes, diminuindo congestionamentos e reduzindo as emissões de poluentes. Enquanto isso, a IBM tem explorado a tecnologia para aprimorar algoritmos de machine learning, visto que sua combinação com a IA pode revolucionar áreas como reconhecimento de padrões, análise de dados e previsões.

Porém, apesar do enorme potencial, a computação quântica ainda tem muito o que progredir para ser aproveitada pela humanidade. Além dos custos elevados para a sua construção em larga escala, os qubits precisam operar em temperaturas muito baixas, próximas do zero absoluto (-273°C) para evitar interferências, o que demanda muita energia focada no seu resfriamento.

Levando tudo isso em consideração, mesmo estando nos estágios iniciais, acredito que a computação quântica é o futuro dos negócios, da ciência e da humanidade. Da mesma forma como a revolução dos computadores clássicos mudou o mundo nas últimas décadas, ela também deve desencadear uma nova era de inovação e possibilidades.

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