Avanço da IA pede por mais cuidados com cibersegurança

Investir em cibersegurança vai além de uma questão de proteção, pois garante que a inovação possa continuar acontecendo de maneira segura e positiva

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3:00 pm - 21 de janeiro de 2025
Imagem: Shutterstock

Nos últimos anos, a inteligência artificial deixou de ser uma promessa futurista para se tornar uma realidade transformadora. Ela já trouxe resultados inovadores para diversas áreas, como saúde, educação, entretenimento e segurança. No entanto, junto com as inúmeras vantagens, o avanço da IA também resultou em preocupações, especialmente no que diz respeito à cibersegurança.

De um lado, a IA é uma força para a cibersegurança, uma vez que ela consegue detectar ataques cibernéticos com eficiência. Isso porque as ferramentas de machine learning são capazes de analisar grandes volumes de dados e identificar anomalias com precisão.  Além disso, conseguem reagir rapidamente a ameaças, muitas vezes antes que causem danos significativos.

Por outro lado, seus avanços e possibilidades também estão sendo explorados por criminosos cibernéticos. Com a tecnologia, fica mais fácil de mascarar os golpes, como o phishing (tentativa de fraude para conseguir informações pessoais, como número do cartão e senhas bancárias), e invasões com malwares (qualquer software criado para prejudicar dispositivos). Além disso, os ataques de ransomware, que criptografa informações e impede que sejam acessadas, tendem a ser mais agressivos com técnicas de IA. Segundo a Checkpoint, empresa que fornece serviços de segurança de rede, outra preocupação é o vazamento das informações que são compartilhadas com softwares de IA, como o ChatGPT, Gemini e Copilot.

Outro ponto importante é a questão da confiança na tecnologia. Está cada vez mais comum a criação de fotos, vídeos e até áudios falsos, mas muito convincentes, que podem ser utilizados para espalhar informações falsas e nocivas. Assim, a tendência é que as deepfakes aumentem nos próximos anos.

Nesse cenário, as empresas são afetadas pela resistência do público em contratar serviços que sejam baseados em IA, com medo de serem enganados ou terem seus dados vazados. Segundo um estudo da Palo Alto Networks, companhia global de cibersegurança, quase 60% das organizações pesquisadas investiram mais de $10 milhões de dólares em tecnologias de nuvem, e, entre as empresas brasileiras, esse número foi de 61%.

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Portanto, o setor privado também desempenha um papel fundamental ao promover discussões e iniciativas sobre cibersegurança. Reduzir os riscos envolve, antes de tudo, compreender os desafios associados ao uso de inteligência artificial. Como esses sistemas aprendem com os dados que recebem, é essencial garantir a qualidade e a veracidade das informações inseridas. Caso os dados utilizados sejam falsos, imprecisos ou tendenciosos, as respostas geradas podem ser distorcidas, comprometendo decisões e gerando consequências negativas para os usuários. Dessa forma, investir na proteção e na curadoria dos dados é uma medida indispensável para garantir o uso seguro e eficiente da tecnologia.

Além disso, com o crescimento e avanço acelerado da IA, os governos e empresas têm dificuldade em acompanhar seu desenvolvimento, e assim as questões relacionadas à segurança até então foram apenas somadas às legislações de segurança de dados já existentes, e não possuímos leis atualizadas.

Diante desse cenário, fica claro que é preciso investir na IA como defesa para monitorar redes continuamente e responder automaticamente a ameaças, e não somente explorar seu potencial dentro dos processos de uma companhia visando mais lucro, eficiência e produtividade. O treinamento contínuo das equipes, com hackathons e cursos específicos, também é indispensável para mantê-las atualizadas sobre as últimas tecnologias e ameaças.

Concluindo, a inteligência artificial é uma ferramenta revolucionária, mas sua utilização não pode estar dissociada da responsabilidade. Investir em cibersegurança vai muito além de uma questão de proteção, pois garante que a inovação possa continuar acontecendo de maneira segura e positiva para a sociedade.

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