O negócio de colaboração da Cisco está evoluindo, com a unificação das plataformas Cisco Spark e Webex. O resultado é uma nova experiência para reuniões chamado Webex Meetings e um novo aplicativo de colaboração em equipe, chamado Webex Teams (antigo Cisco Spark). A fusão dos produtos ajudará a simplificar o portfólio da empresa, a partir de agora reorganizado sob a marca Webex e o comando de uma unidade de negócio que já representa 25% da receita da Cisco no mundo.
Na opinião do diretor de pesquisa da IDC, Wayne Kurtzman, o rebranding não é apenas uma jogada de marketing. É uma mudança fundamental para incluir as soluções de chamadas, reuniões, vídeo e colaboração e seus dispositivos sob o que a Cisco percebeu ser a sua marca mais conhecida, a Webex, sinônimo de “reunião”.
Hoje, segundo a Cisco, mais de seis bilhões de minutos de reuniões acontecem no Webex todos os meses. Mas a maneira como as pessoas se reúnem está mudando. E o Webex está preparado para esse novo cenário, seja através de desenvolvimento próprio, seja através de aquisições, como foi o caso da Broadsoft, empresa criadora de produtos para chamadas por voz em nuvem e soluções para call centers.
A mudança de nome se estende a todos os produtos Spark, como o quadro branco Spark Board – que se torna o Webex Board – e o com a adição de IA, o Spark Assistant se tornará o Webex Assistant que, com base na tecnologia da aquisição da MindMeld, começará a aparecer nos próximos meses em todos os dispositivos Webex Room Kit e Room Series conectados à nuvem.
O Webex também ganhou recurso de Realidade Aumentada, fruto de uma parceria com a Apple. Além disso, a Cisco está adicionando um novo dispositivo de hardware que transforma qualquer espaço de trabalho com uma TV em um recurso de uma sala virtual Webex, o Webex Share. Basta conectar o adaptador do tamanho da palma da mão na parte de trás da TV para parear com o sistema e começar a compartilhar seu documento ou tela. Mas o aparelho só estará disponível para Webex Meetings e Teams no final de 2018.
Todos os produtos ganharam uma nova interface, com elementos gráficos uniformes, para reduzir a curva de aprendizado e facilitar o uso a partir de qualquer dispositivo, do computador de mesa ao smartphone, passando pelos Webex Boards e as TVs.
A primeira coisa que o usuário notará sobre as novas reuniões Webex é que a interface privilegia o vídeo. O que significa que ele será fortemente encorajado a ligar a câmera do dispositivo que estiver usando. Isso porque a Cisco acredita que ver e ser visto é fundamental para um bom trabalho em equipe.
Para completar o movimento, a Cisco também prometeu tornar mais fácil para os clientes saltar entre a Webex e várias outras ferramentas de mensagens disponíveis no mercado, como Google Calandar, Slack, Microsoft Teams, Canvas, Salesforce entre outros. “A idiea é dar liberdade de escolha a nossos usuários, por meios de APIs e SDKs. Não é preciso mudar a interface do cliente, ou sair da plataforma no qual ele está trabalhando para que ele abra uma seção de Webex Meetings”, explica Christian Bustamante, gerente de desenvolvimento de negócios de Colaboração da Cisco no Brasil, lembrando que o roadmap de suporte a novas integrações será extenso.
Por fim, A Cisco quer tornar todos os produtos de colaboração acessíveis para os clientes de qualquer porte, através do modelo as a service “Cisco Collaboration Flex Plan”, que oferece diferentes pacotes de assinatura. A partir de hoje, as empresas podem simplesmente pagar uma taxa por cada usuário ativo.
Não por acaso, muitos analistas de mercado acreditam que a decisão de fundir a Spark e a Webex espelha a decisão da rival, Microsoft, de centralizar suas ferramentas de comunicação e colaboração em torno das equipes e descontinuar a marca Skype for Business.
Hoje, um dos maiores diferenciais da Cisco é a segurança embutida em seus produtos e serviços. Todas as interações são criptografadas. “Um dos pontos que mais tem alavancado o crescimento das vendas Cisco para essa unidade de colaboração é o fator segurança. Existe um desespero dos CIOs pelo fator segurança que as ferramentas de colaboração totalmente públicas não oferecem”, comenta Laércio Albuquerque, presidente da Cisco no Brasil.
Mudanças também na diretoria
Outra mudança importante na Cisco é a saída de Rowan Trollope, que liderou os esforços de colaboração da Cisco desde 2012. O executivo será substituído por Amy Chang, fundador e CEO da Accompany, startup de inteligência artificial adquirida por 270 milhões de dólares na última terça-feira.
Chang, ex-funcionário do Google, renunciará ao conselho da Cisco para se tornar vice-presidente sênior responsável pelo Collaboration Technology Group.
“Juntos, temos uma tremenda oportunidade de aprimorar ainda mais os recursos de IA e aprendizado de máquina em nosso portfólio de colaboração e continuar a criar incríveis experiências de colaboração para os clientes”, disse o CEO da Cisco, Chuck Robbins.
Desde novembro, a Cisco anunciou planos de usar IA para melhorar as reuniões. Hoje nós aproveitamos isso de duas maneiras: para supressão de ruídos que atrapalham a conversa, como a digitação alta, o folhear de papéis, cachorros latindo, conversas paralelas ao lado, etc; e comandos de voz para o Webex Assistant, inicialmente na língua inglesa.
Enquanto salas de bate-papo colaborativas, chamadas de voz e apresentações compartilhadas têm seu lugar, o vídeo é a chave, disseram os executivos da Cisco – até mesmo para inteligência artificial. Embora o reconhecimento de voz seja bom para anotações, por exemplo, as pessoas e as máquinas podem tomar melhores decisões sobre as ações subsequentes quando podem ver se os participantes estão revirando os olhos e sendo sarcásticos quando dizem que uma ideia é ótima.
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