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CIO da Porto Seguro mostra que aproximar áreas gera bons resultados

Com uma equipe de quase 1,2 mil profissionais, entre funcionários e terceiros, não é todo líder que consegue manter-se próximo ao time. Mas Italo Flammia, diretor-executivo de Tecnologia da Informação da Porto Seguro, quebra esse paradigma e conduz a TI com base na proximidade, sua marca registrada.

Sua gestão não resume-se a chegar às manhãs na empresa, colocar o paletó na cadeira e ao final do dia fechar o computador e despedir-se. “Sou participativo, envolvo meus colegas nas decisões e gosto de dar autonomia e responsabilidade na medida certa”, revela o vencedor do prêmio Executivo de TI do Ano na categoria Seguradoras e serviços financeiros.

Para ele, é essencial conversar, sentir as dificuldades, ouvir sugestões e manter a TI sempre informada e alinhada ao direcionamento estratégico dos negócios. “Proximidade é a chave”, acredita. Com isso em mente, Flammia lidera uma série de ações para estar perto do time. Uma delas é o Comitê de Funcionários de TI, que conta com cerca de 60 pessoas, que representam os colaboradores da área, e com quem ele se reúne a cada dois meses.

O executivo também promove encontros periódicos com coordenadores e grupos funcionais, que incluem analistas de negócios. Além disso, toda quinta-feira Flammia bloqueia a agenda na parte da manhã para conversar com qualquer um de seus funcionários. Basta entrar em sua sala ou agendar um horário com sua assistente.

Seu estilo de gestão, no entanto, não ficou restrito à TI e espalhou-se para outras áreas. Flammia e seu time têm bom trânsito com o pessoal de negócios. “Tanto é que tenho especialistas de TI, que respondem para mim, mas ficam alocados nas áreas de negócios, praticamente camuflados”, relata. Foi assim que a abordagem com o cliente, diz, ganhou novos contornos. Essa mudança no relacionamento entre tecnologia da informação e negócios fortaleceu- se especialmente após a implantação do Projeto TI MultiModal, iniciado em 2014.

Seu objetivo era readequar processos, controles e metodologias para criar uma TI rápida, ágil e em linha com as especificidades de cada área. “A Porto Seguro é composta por 25 empresas, cada uma com uma necessidade, velocidade e orçamento. E TI teve de se adaptar a essa realidade”, assinala.

Antes da chegada do projeto, o cliente interno fazia uma solicitação, a TI estruturava o orçamento e então as áreas aprovavam. Com a TI MultiModal o quadro mudou. Criou-se um time funcional, autônomo, que faz o projeto do início ao fim, e o cliente participa de todas as fases. A TI usa um mix de metodologia Scrum e DevOps para fazer as coisas acontecem mais rapidamente.

Na parte de desenvolvimento do projeto, que antes consumia um período longo, todo o escopo é definido em até três dias. “Nesse tempo, temos de entender as necessidades, notificar o custo e o prazo prontamente”, explica o executivo.
O imperativo por agilidade permitiu ainda que a Porto Seguro criasse uma área de pesquisa e desenvolvimento (P&D), que está sempre antenada com as novidades do mercado e realiza o alinhamento com as demandas internas para buscar as melhores soluções para os negócios. Flammia relata que o seu maior desafio, e também aprendizado, no projeto foi mudar as regras do jogo.

“Antes, fazíamos o que estava escrito no processo. Agora, é preciso fazer o que for melhor para o meu cliente. O importante é que satisfaça aos objetivos da empresa”, pontua. A velocidade nas entregas de TI já é observada em todas as áreas. “Conquistamos nosso objetivo e nosso cliente percebe a mudança”, assegura, completando que pesquisa recente mostrou crescimento expressivo na satisfação do usuário interno.

Depois do sucesso, Flammia arrisca conceder um conselho para os colegas CIOs: “Precisamos evitar as barreiras entre TI e negócios, pois todos têm o mesmo objetivo. Por isso, repensem seus modelos, modernizem a TI e trabalhem ao lado das demais áreas”, conclui.

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