Cinco características fundamentais dos Design Thinkers

Há um conjunto de características observadas em pessoas que atuam com esta metodologia em mente. Confira algumas delas, começando por quão disruptivos podem ser

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8:47 am - 14 de novembro de 2016

Ao
associar o Design Thinking à inovação, é preciso entender que o
pensamento “disruptivo”, ou seja, que provoca ou pode causar “disrupção”
(revolução tecnológica), acaba por interromper o seguimento normal de
um processo ou fluxo.

A grande questão é o quanto
disruptivo podemos ser. De acordo com o tipo de problema ou oportunidade
que você está lidando, há diferentes estágios de disrupção.

Para
entender melhor, o professor André Coutinho descreveu em um artigo para a
revista Harvard Business Review, que a partir da inspiração, pode-se
avaliar e decidir qual será o modo de pensar do projeto, considerando
alguns fatores, são eles: predisposição, probabilidade do futuro,
orientação da estratégia e espírito de tempo, gerando o quadro abaixo:

design thinking1

Ao
observar o quadro, observa-se que quanto mais à direita, maior o grau
de incerteza – ou seja, mais disruptivo é o projeto. Para explicar isto,
alguns autores ilustram o comportamento do pensamento no decorrer do
projeto, indicando os momentos em que o modo de pensar deve ser
disruptivo e os momentos em que o modo de pensar deve ser convergente.

A
necessidade pela convergência se dá pelo fato de que todo projeto,
mesmo os de inovação, devem ter início, meio e fim. Como a inovação é um
processo contínuo, é preciso ter foco para tornar os resultados
tangíveis. Desta forma um fluxo de trabalho que ilustra esta mudança de
comportamento foi criado.

design thinking2

O
fluxo do processo representa esta mudança do modo de pensar, saindo da
linha de pensamento divergente para convergente a partir do momento as
ideias e definições tecnológicas são estabilizadas.

design thinking3

Visão integrada
Muitas
empresas estão experimentando a aproximação e maior integração das
equipes de Pesquisa e Desenvolvimento (onde são trabalhados projetos
cujo foco é o pensamento divergente e a criação de inovações) e as de
Construção (tipicamente compostas por executores de projetos e ideias
vindas da área de Pesquisa e Desenvolvimento).

Para ilustrar esta
aproximação, na Indústria de desenvolvimento de Software (aplicações),
observa-se cada vez mais a existência de uma equipe de inovação que
alimenta um backlog (lista de desejos) que é construído pela equipe de
Construção. Os métodos, técnicas, ferramentas e habilidades que são
fundamentais para um bom trabalho de pensamento divergente são
diferentes dos que são observados na linha de pensamento convergente.

Quem
constrói não pode ficar continuamente perguntando o porquê,
questionando o que precisa ser feito… Tem que focar na entrega, na
construção do desejo (atender o backlog conhecido).

designthinkingz

O perfil dos Design Thinkers
Personalidades
inovadoras marcam os profissionais considerados Design Thinkers. Há um
conjunto de características observadas em pessoas que atuam com esta
metodologia em mente. Entre elas, Tim Brown cita:

1. Empatia:
Eles conseguem imaginar o mundo a partir de múltiplas perspectivas.
Entre elas temos a dos colegas, clientes e usuários. Tendo a perspectiva
do usuário, contada em primeira pessoa, esta abordagem permite imaginar
a solução para atender expectativas implícitas e inerentes ao usuário.
Extrema capacidade de observação.

2. Pensamento interativo:
Indo além da análise dos processos, esta característica significa ser
capaz de observar todas as anuências dos processos (algumas até
contraditórias), confrontando os problemas para assim criar novas
soluções e melhorar as alternativas dramaticamente.

3. Otimismo:
Assumir que não importa o tamanho do desafio e as restrições impostas,
no final uma solução em potencial é melhor que as alternativas
existentes.

4. Experimentação: Inovações são
obtidas por pequenos incrementos. Design Thinkers colocam questões e
exploram as restrições de forma criativa para que novas abordagens e
caminhos sejam considerados.

5. Colaboração: A
crescente complexidade dos produtos, serviços e experiências fez com que
se trocassem gênios solitários por grupos colaborativos realmente
entusiasmados e interdisciplinares.


(*) Lucas Ricardo Mendes de Souza é especialista da Inmetrics

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