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CES: com crescimento estável, Brasil terá queda no consumo de tecnologia

Em 2014, o Brasil registrou crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de apenas 0,7%, muito abaixo do esperado, resultado pautado pelo tumultuado ano de Copa e Eleições e neste ano a expectativa é também de baixa expansão, somando 0,8%. O cenário deverá afetar negativamente o consumo de tecnologias como smartphones, tablets e TVs, de acordo com Steve Koenig, diretor de análise de indústria da Consumer Electronics Association (CEA), associação responsável pela International CES, uma das maiores feiras de tecnologia de consumo do mundo realizada anualmente em Las Vegas (EUA).

Durante encontro realizado com a imprensa no domingo (4/1), Koenig apontou que o Brasil era uma estrela entre os países do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), mas agora há pouca esperança de recuperação e uma crise será sentida. “Com a reeleição, a presidente do País [Dilma Rousseff] terá muitos desafios pela frente. As expectativas são fracas e é preciso ter esperança para que haja uma retomada”, afirmou.

O executivo relatou que a queda acontecerá em toda a América Latina, com retração do consumo esperada de 5% em 2015, somando receita de US$ 75,3 bilhões, ante receita de US$ 78,8 bilhões e crescimento esperado de 6% em 2014. Segundo dados da CEA, colhidos em parceria com a consultoria GfK, em 2014, de forma geral, em todo o mundo, o gasto com tecnologia foi baixo e teve pequena alta de 1%, somando US$ 1,024 trilhão.

De acordo com Koenig, sete principais tecnologias, que ele batizou de “7 homens e um destino”, fazendo analogia com o filme de mesmo nome, vão liderar o consumo nos próximos meses. “Tablets, câmeras inteligentes digitais, computador de mesa, laptop, TV LCD, smartphones e mobile phone (feature phone) estarão no topo da lista de compra dos consumidores”, acredita.

No entanto, diz, no ranking desponta como destaque o smartphone. O ano de 2014 deve fechar com a venda de mais de 1.273 bilhão de unidades de telefones móveis em todo o mundo, crescimento de 28%. Para 2015, ainda que a procura seja mais estável, a CEA espera a comercialização de 1.509 bilhão de unidades, salto de 19% em comparação com o ano anterior.

O executivo acredita que países emergentes vão liderar esse mercado, com 75% das vendas e a China será responsável por 34% – em 2010, o país tinha 13% de participação. “Além disso, com a pressão de fabricantes de baixo custo, o preço dos smartphones deverá cair”. Marcas como Huawei, Lenovo/Moto, Samsung, LG e Xiaomi vão disputar a dianteira do setor e deverão lançar uma série de aparelhos neste ano.

Mercado de tablets estável
Quadro parecido com o de smartphones será o de tablets, segundo a CEA. Em 2014, de acordo com dados do estudo, a venda de tablets deverá ter crescimento de 25%. Neste ano, a expectativa é 20%. A categoria também terá os mercados emergentes como os responsáveis pela maior fatia de market share, somando 44%.

A receita das empresas com a venda de tablets cairá. No ano passado, o recuo esperado é de 1%. Para 2015, acredita-se em queda de 8%, além de redução no preço da tecnologia, de US$ 294 para US$ 259.

“Veremos ainda maturação e modificação desse mercado. Dispositivos com tela menor do que nove polegadas também serão os mais buscados, sendo responsáveis por 59% dos embarques globais”, acredita Koenig. Os casos de uso de tablets passarão ainda, completa, de educação, mercados verticais e varejo para casas conectadas, por exemplo.

TVs ganham telas maiores
Koenig afirma que daqui para frente as telas das TVs serão cada vez maiores e a previsão é de lenta retomada do crescimento da venda desses aparelhos, com salto global esperado de 1% em 2014 e 2% em 2015.

Outra tendência global é a adoção de telvisores 4K, mercado que deverá ser liderado pela China, mais uma vez. Além disso ganham espaço as televisões com telas curvadas. Espera-se que de 2014 para 2015 a entrega do modelo salte 245%, um mercado ainda muito recente no Brasil que ainda encontra barreiras em razão do preço elevado dos aparelhos.

A jornalista viajou para Las Vegas (EUA) a convite da CEA, responsável pela International CES

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