Não vai demorar muito para que os carros que circulam pelas ruas venham recheados de milhares de sensores, responsáveis pela geração de informações sobre performance, comportamento do usuário, entre outras métricas relevantes, nada menos do que 25 GB de dados por hora, por veículo. Tudo isso é apenas uma parte do que a próxima geração da indústria automotiva vai proporcionar aos usuários.
“Lançamos por ano 6 milhões de carros. Imagine o volume de dados que eles vão gerar por ano e como vamos analisá-los”, pontuou Marcio Alfonso, diretor de Engenharia da Ford América do Sul. Ele completou dizendo que essa avalanche pode fazer com que rapidamente a fabricante chegue ao volume de dados processados todos os dias pela gigante de buscas Google.
E o desafio nesse cenário é imenso, não só para gerenciar, como encontrar oportunidades diante de tantas informações, que só serão coletadas com o consentimento do usuário. Segundo Afonso, que falou no Seminário Ford de Tecnologia e Conectividade, realizado hoje (13/5), em São Paulo, a fabricante trabalha atualmente para encontrar a melhor forma de processar e interpretar os dados, identificar problemas e dar respostas rápidas aos usuários.
“Estamos evoluindo para sistemas que se comunicam nos carros, que realizam diagnósticos. Logo, essas tecnologias vão evoluir para sistemas mais inteligentes que vão entregar eficiência, economia e conforto para as pessoas”, assinalou, completando que a fabricante vê como uma espécie de laboratório a Fórmula 1, que conta com veículos de ponta totalmente tecnológicos. “Os desafios são parecidos. Trabalhamos com eficiência e buscamos reduzir perdas por cargas elétricas, diminuição do tamanho dos motores para entregar potência maior, melhor desempenho e melhoria nos sistemas de consumo”, explicou.
Em encontro com a imprensa, Alfonso lembrou que cada vez mais a Ford tem usado tecnologias para melhorar a qualidade e o desempenho dos automóveis, desde os modelos de entrada, como o Ka, até os mais sofisticados, como o Focus.
Atualmente, de acordo com o executivo, a Ford avança em várias frentes tecnológicas, uma delas é a mobilidade. Outra iniciativa de destaque é a experiência do usuário. “No futuro, o condutor será itinerante. Por isso, temos de escolher os processos certos e apresentar soluções para diferentes tipos de usuários”, observou.
Ele, no entanto, destaca que a adição de tecnologia nos carros não vai torná-los mais caros. “O Ford K, por exemplo, tem o Sync – sistema de conectividade embarcado, com comandos de voz que em casos de acidente aciona o SAMU – e seu custo não mudou”, disse.
Segundo o vice-presidente mundial de Pesquisas Avançadas, Ken Washington, que está à frente do Centro, o local tem trabalhado em diversas frentes. Em um dos experimentos, a Ford desenvolve um sistema eletrônico de luz de freios capaz de alertar aos motoristas que o carro da frente reduziu a velocidade. A ideia é garantir mais segurança e diminuir o número de incidentes.
Evolução tecnológica em solo nacional
Depois de ter trazido para o Brasil alguns modelos tecnologicamente avançados, a Ford anunciou agora a chegada do Novo Focus com diversos recursos modernos. Entre as novas tecnologias do Focus foram destacadas o sistema de conectividade Sync, que permite o acesso a aplicativos de smartphones por comandos de voz; a Assistência de Emergência, que faz ligação automática ao SAMU em caso de acidente; o estacionamento automático para vagas paralelas e perpendiculares; e a assistência de frenagem de emergência (Active City Stop), que para o carro ao detectar a possibilidade de colisão a até 50 km/h.
A empresa fez uma apresentação prévia do modelo, que deve chegar ao mercado nacional ainda no segundo semestre deste ano. O valor não foi divulgado.