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Campus Party 2016 propõe reflexão sobre futuro da humanidade dominado por robôs

Feel the Future. É com essa temática que começa hoje (26/1) e segue até domingo (31/1) a nona edição da Campus Party Brasil. Realizado em São Paulo, o evento reunirá 8 mil campuseiros e 120 mil visitantes que poderão participar de mais de 700 horas de conteúdo, distribuídos em sete áreas de conhecimento. 

Paco Ragageles, cofundador da Campus Party, conta que há 19 anos, desde o começo da Campus Party, na Espanha, o evento tinha como missão reunir pessoas apaixonadas por tecnologia. “Contudo, até então, a Campus Party não tinha total clareza de seu propósito, que agora será canalizado no projeto Feel the Future”, diz.

Ele explica que o tema está em linha com o momento da humanidade, que passará nos próximos anos por uma revolução nunca antes vista na história. O futuro será dominando por robôs, sentencia Ragageles. “Isso vai mudar a premissa básica da sociedade, bem como as necessidades de trabalho e de educação”, aponta, completando que daqui dez ou vinte anos não existirão mais empregos “porque tudo poderá ser feito por máquinas. Eles serão melhor do que nós a um custo menor”, observa.

Um dos exemplos citados por ele são os carros autônomos, que podem tirar o emprego de milhares de taxistas em todo o mundo. “A inteligência artificial também vai mudar tudo, como [o cientista] Stephen Hawking já previu há algum tempo.”A mudança será tamanha que é preciso pensar agora o futuro, no qual humanos perderão espaço. “Liderar esse processo de transição será uma grande missão para nós”, completa o executivo.

O tema ganhou tamanha importância para a Campus Party, que Ragageles indica que o Feel the Future se tornará uma associação, que reunirá 1 mil cientistas, sociólogos e líderes mundiais que vão trabalhar juntos para entender como será o planeta nos próximos anos. “A ideia é propor soluções para os desafios que vão chegar”, diz.

>> Acompanhe a cobertura completa da Campus Party 2016

Apoio ao empreendedorismo

Em coletiva de imprensa para oficializar a abertura do evento, Tonico Novaes, diretor-geral da Campus Party Brasil, destacou duas áreas da Campus Party 2016. A primeira é a startup maker, que reunirá mais de 200 startups, sendo metade delas em estágio inicial e a outra metade em fase mais madura. “Outra área importante é a Campus Future, que incentiva que universidades tragam suas inovações e deixem um legado”, afirma.

Há uma série de apresentações que vão abordar a temática empreendedorismo. Essas e outras palestras, que debaterão inovação, criatividade, entretenimento e ciência, poderão ser acompanhadas no site Campuse.ro via streaming e após o evento ficarão disponíveis on-line para os interessados no tema.

Falta de incentivo da Lei Rouanet

Neste ano, Francesco Farrugia, presidente do Instituto Campus Party, lamentou em carta aberta a falta de incentivo da Lei Rounet para a realização do evento. O Ministério da Cultura justificou que se trata de um evento de tecnologia e não cultural. No documento, Farrugia afirmou que há um equívoco de conceitos. “Entender que cultura é só música erudita, música folclórica e livros, além de injusto, é ter uma visão conservadora da cultura”, assinalou.

Ele alegou que o próprio Ministro da Cultura, Juca Ferreira, participou da Campus Party, bem como outros Ministros, como Gilberto Gil e Marta Suplicy. “Sr. Ministro, seu Ministério negou não apenas uma lei de incentivo, negou a uma geração a oportunidade de cuidar de seu espírito com as modernas ferramentas que o mundo oferece”, finalizou.

Durante a coletiva de imprensa, Farrugia lamentou que, além da falta de incentivo da Lei, a Campus Party também perdeu patrocinadores importantes, mas que, segundo ele, foram substituídos rapidamente. Nos últimos anos, a Telefônica Vivo era uma das maiores patrocinadoras do evento. Neste ano, não está na lista de apoiadores, dando lugar à Telebras, que, de acordo com o engenheiro da Telebras Paulo Eduardo Kapp vai garantir neste ano o dobro da redundância de telecom.

Farrugia comemorou a parceria com a Prefeitura de São Paulo. “Temos apoiado a Campus Party porque acreditamos que é um evento importante para a cidade, que traz recursos de fora para o município, estimula o empreendedorismo e a inovação”, pontou João Cassino, coordenador de conectividade e convergência digital da Prefeitura de São Paulo. 

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