Os brasileiros compraram mais de 14,1 milhões de smartphones no primeiro trimestre de 2015. Esse número é 33% acima do registrado no mesmo período do ano passado, de acordo com um estudo realizado pela IDC. Para os feature phones, aqueles celulares sem as funções do smart, o total foi de 1,2 milhão, queda de 54% do registrado para 2014, de acordo com a consultoria.
De todos os aparelhos vendidos, 90% possuem sistema operacional Android e 30% possuem a tecnologia 4G. Apesar da alta, o mercado deve sofrer forte desaceleração nos próximos meses, por conta da baixa atividade econômica e da alta do dólar.
“Tradicionalmente, o primeiro trimestre não é um dos mais fortes para o mercado. Neste ano, mesmo com a atual conjuntura econômica, com taxa de juros e inflação alta e desemprego, o resultado foi positivo”, afirma Leonardo Munin, analista de pesquisas da IDC Brasil, que atribui esse movimento a dois fatores: a alta do dólar obrigou os fabricantes a fazerem um primeiro repasse de preços no começo do ano e outro em março; e o canal de vendas que já sabia desta possibilidade e antecipou as compras.
O estudo mostra que os preços dos aparelhos intermediários ficaram de R$ 30 a R$ 60 mais caros, e os tops de linha tiveram aumento de R$ 100 a R$ 200. Os smartphones intermediários – que custam entre R$ 450 e R$ 999 – foram os mais vendidos e o ticket médio ficou em R$ 790.
Outra movimentação destacada pelo analista da IDC Brasil é em relação ao varejo. As operadoras, que até então ocupavam o posto de principal canal de vendas, estão oferecendo cada vez menos subsídios para o consumidor, que está migrando para o varejo físico e online. “O fluxo de vendas nos varejos tradicionais continua forte. Notamos também um grande crescimento de lojas e quiosques das próprias marcas, que possuem uma alta produtividade por metro quadrado fornecendo ao usuário um atendimento mais direcionado e especifico, tornando o consumidor mais propício a realizar sua compra”, destaca o analista.
Para 2015, a IDC Brasil previa vendas de 63,5 milhões de smartphones. Com o cenário de crise, porém, a expectativa caiu para menos de 58 milhões de celulares. “Não vemos possibilidade de voltarmos a uma projeção maior. Pelo contrário, ainda podemos prever algo mais baixo. Uma alternativa para os fabricantes é convencer quem tem um feature phone a comprar um smartphone e quem já tem um celular inteligente intermediário optar por um modelo mais top de linha”.
Hoje, o Brasil ainda tem uma base instalada muito grande de feature phones – pouco mais de 45% da população ainda tinha esse tipo de celular até o fim de 2014.