O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Celso Pansera, disse ontem (25/1) que o Brasil “não tem um sistema seguro de medição de resultados de pesquisas” na área.
“Não há medição, não sabemos qual o nível de eficiência que está sendo investido com ciência, tecnologia e inovação”, disse, durante apresentação da Proposta da Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação 2016-2019 à comunidade científica do Rio de Janeiro, no auditório da Academia Brasileira de Ciências (ABC), centro da capital fluminense.
“Já encomendamos um trabalho com diversos pesquisadores para formatar um sistema para medir a eficiência do que é investido em ciência e tecnologia no Brasil, qual o resultado, o que de fato é produzido e tem impacto na vida das pessoas. Há padrões internacionais, vamos adaptá-los a nossa realidade. Quanto mais eficiente, mais recursos”, acrescentou.
Um dos membros da diretoria da ABC, o físico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Luiz Davidovich citou como exemplo da falta de acompanhamento de resultados de programas federais que requerem muito recursos, como o Ciência Sem Fronteiras.
“A decisão de continuar o programa requer uma avaliação do que foi feito. Será que o número enviado para fora foi grande demais, que os recursos para pagar custos com universidades nos Estados Unidos e na Inglaterra, por exemplo, que são caras, são revertidos de forma ótima para o país? Tudo isso precisa ser avaliado”.
O físico também ressaltou que falta acompanhamento de projetos da iniciativa privada financiados com dinheiro público.
“A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) movimentou R$50 bilhões em subvenção há cerca de um ou dois anos para a iniciativa privada. Recursos dessa natureza e para empresas desse porte têm que ser muito bem avaliados, pois como os juros são abaixo dos do mercado há tentação grande de usar esse recursos para o fluxo de de caixa em vez de usar para inovação diferencial. A empresa continua fazendo a inovação que sempre fez e utiliza esses recursos para outras atividades”, citou.
Mais investimentos em ciência
Os cientistas que participaram do evento cobraram mais objetividade e mais recursos para investimentos em ciência e tecnologia. Eles também destacaram a necessidade de aumentar o percentual do Produto Interno Bruto investido no setor, que hoje é de cerca de 1%, bem como o número de cientistas no País. Nos países desenvolvidos, há cerca de 2 mil cientistas por milhão de habitantes. No Brasil, o número é de aproximadamente 600 cientistas por milhão de habitantes.
Pansera anunciou que está negociando a assinatura de um empréstimo de US$ 2 bilhões de dólares com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (Bid) para a ampliação da infraestrutura em pesquisa no país, em projetos voltados para segurança cibernética, hídrica, alimentar e segurança energética, entre outros. As unidades de pesquisa do ministério e os Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia estão entre os beneficiados pelo eventual empréstimo.
“Também já praticamente fechamos com o BNDES [Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social] recursos do Fundo Amazônia, e o Funtel [Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações] nos repassou R$ 200 milhões e estamos negociando mais”, informou.
As contribuições ao documento podem ser feitas até sexta-feira (29) para o e-mail politicacti@mcti.gov.br do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
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