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Brasil ganha um Centro de Inovação para o Agronegócio focado em IoT

“Hoje, um dos custos mais altos no campo é o controle de pragas”,
afirma Fernando Martins, Diretor Executivo da Intel Brasil. Atacando essa
questão, é possível produzir mais alimentos, a um custo mais baixo. Pensando
nisso, a gigante dos processadores e a Jacto, uniram esforços para a criação do
CIAg – Centro de Inovação no Agronegócio, que pretende desenvolver pesquisa,
baseadas em dados, para aumentar a produtividade dos agricultores brasileiros.

O CIAg nasce como uma organização sem fins lucrativos estabelecida pela
Fundação Shunji Nishimura de Tecnologia, que buscará a interação entre os
fazendeiros, múltiplas empresas do setor e a academia, para usar a Internet das
Coisas e o Big Data para o desenvolvimento da chamada agricultura prescritiva,
que tanto tem afligido os fazendeiros. O centro conta inicialmente com a
participação da Jacto, da Intel, e do Governo do Estado de São Paulo, por meio
da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado e do Centro Paula Souza, e terá sede
própria localizada na cidade de Pompéia, interior do estado de São Paulo,
próximo da Jacto e da Fatec e do Senai.

Geralmente, a agricultura prescritiva está muito relacionada com a atuação
das multinacionais produtoras de sementes geneticamente modificadas, como a
Monsanto. Mas tem a sua origem no sensoriamento remoto e outras técnicas
cartográficas desenvolvidas por ex-funcionários do Google
para mapear todas as 25 milhões de plantações dos EUA e sobrepor a elas todas
as informações climáticas que pudessem ser encontradas.

A ideia aqui no Brasil é envolver todo o ecossistema na geração de
utilização de dados, para permitir, por exemplo, um controle de pragas mais
pontual, reduzindo o uso de agrotóxicos e uma  comunicação mais eficaz
fora do campo, com o setor de logística, para evitar perdas no transporte, por
exemplo. “Parte da soja se perde nos caminhões parados dias e dias no
porto. Não seria mais inteligente só liberar o caminhão quando a fila no porto
tivesse diminuído?, comenta Fernando Martins.

“Atualmente 30% de todos os alimentos produzidos no mundo são perdidos por
conta da não utilização de tecnologia adequada. O agronegócio é muito complexo
e precisará intensificar a utilização das tecnologias de IoT na sua cadeia em
pelo menos 100 vezes, para endereçarmos estas perdas. Isso será possível
somente através do desenvolvimento de conhecimentos, competências e tecnologias
locais. ”, comenta Jorge Nishimura, Presidente do Conselho de Administração de
Máquinas Agrícolas Jacto.

O objetivo é a coleta, compartilhamento e a análises inéditas das
informações obtidas no campo pelos diversos agentes envolvidos na cadeia
produtiva, permitindo a tomada de decisões, redução de riscos e prescrições
muito mais assertivas.

Isso se dará através
do desenvolvimento de sistemas integrados para gestão de pragas, a partir da
colocação de armadilhas para insetos nas plantações e o desenvolvimento de uma
plataforma colaborativa que permitirá a interoperabilidade e o compartilhamento
seguro de dados, captados por sensores e outros equipamentos utilizados no dia
a dia da agricultura.

“Até 2045 teremos
utilizado toda área economicamente viável para plantio no planeta e é
fundamental que se aproveitem os recursos de forma mais eficiente e
sustentável. Para isto precisamos de um novo mecanismo colaborativo no
agronegócio que permita a integração não somente dos fazendeiros e agrônomos,
mas também dos prestadores de serviço e máquinas agrícolas conectadas à
Internet das Coisas”, afirma o executivo. “O Brasil é um líder mundial no
agronegócio e o desenvolvimento dessa tecnologia aqui faz todo sentido”,
conclui Fernando Martins, lembrando que os desafios da automação agrícola são muito
maiores que os da automação industrial. Há muito desafios a serem superados,
sobretudo em relação à infraestrutura de comunicação e ao consumo de energia.

Só agora, com a
redução do custo dos sensores (mais baratos de produzir do que um grão de
arroz, segundo o executivo da Intel) e a evolução das tecnologias que permitem
baixo consumo de banda e de energia, uma empreitada como essa se torna viável.

O objetivo da Intel é usar o Brasil como piloto para o desenvolvimento de uma série de tecnologias para atacar o desafio de alimentar a população do planeta nos próximos 40 anos. De acordo com dados da McKinsey, nos próximos 40 anos vamos precisar produzir tudo o que já produzimos nos últimos 10 mil anos para alimentar a população mundial.

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