Brasil deve ampliar participação no mercado global de tecnologias digitais, defende secretário do MCTIC

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1:37 pm - 19 de setembro de 2016

O Brasil deve ampliar sua participação no mercado global de tecnologias digitais, defendeu nesta quinta-feira (15) o secretário de Política de Informática do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Maximiliano Martinhão, durante a abertura do seminário “A internet na América Latina e a contribuição econômica do sistema digital”, realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília (DF). 

Para ele, o País deve definir uma estratégia para ampliar investimentos no setor por meio de um “ecossistema” com a participação dos setores público e privado. “O potencial econômico dessa revolução global é multibilionário, mas a participação do Brasil ainda é baixa. O que temos de ter é uma estratégia nacional para esse ecossistema digital, envolvendo os setores públicos e privados”, defendeu.

Segundo o secretário, o Brasil responde hoje por aproximadamente 2,4% do mercado global de tecnologia da informação e 0,5% em data centers. “Eu considero que há 60 anos o esforço do país foi para trazer industrialização. Agora o esforço é, exatamente, para aproveitar as oportunidades do ecossistema digital”, continua, complementando que o País pode ser o responsável por liderar o movimento na América Latina. “Nossos cidadãos aderem fácil à inovação e à tecnologia. Então, existe uma oportunidade grande e, para se beneficiar dela, temos de trabalhar juntos.”

Para o consultor em telecomunicações e professor da Escola de Negócios da Universidade de Columbia (EUA) Raul Katz, o consumo e o desenvolvimento da internet estão acelerados na América Latina, mas há atrasos no setor industrial em relação à incorporação das tecnologias nos processos produtivos. “O setor está muito avançado na aquisição tecnológica, mas atrasado na incorporação das tecnologias nas estruturas de produção. Esse é o grande desafio se observarmos o futuro e o crescimento da produtividade nos próximos cinco ou dez anos”, afirmou.

A constatação é fruto de um estudo realizado por Katz sobre o ecossistema digital na região a pedido da Comissão Econômica para a América Latina (Cepal) e a Fundação Telefônica. Segundo a pesquisa, enquanto Israel investe 818 dólares por habitante ao ano no chamado ecossistema digital e os Estados Unidos, 415 dólares, no Brasil, os investimentos não ultrapassam 1,8 dólar por pessoa.

Políticas de aceleração
Durante o seminário, o coordenador-geral de Serviços e Programas do MCTIC, José Henrique Dieguez, apresentou duas iniciativas do ministério para impulsionar o setor produtivo e a capacitação de pessoal em Tecnologia da Informação (TI). São elas o Start-Up Brasil, que contribui para a aceleração do ecossistema nacional de empresas inovadoras de base tecnológica recém-criadas, e o Brasil Mais TI, que oferece cursos de capacitação a distância em TI.

*Com informações do MCTIC

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