Depois que fechou capital, há três anos, a BMC reavaliou sua estratégia e optou agora por voltar os olhares para a transformação digital. A empresa investiu nos últimos anos mais de US$ 100 milhões no reforço de seu portfólio por meio de desenvolvimentos ou aquisições para chegar a uma arquitetura digital, que, segundo a companhia, é diferenciada por mirar uma plataforma completa e não apenas um produto.
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O mundo passa por transformações e nós também”, sintetizou Ricardo Fernandes, country manager da BMC Brasil, em conversa com jornalistas em São Paulo. Segundo ele, a nova BMC está bastante orientada a ajudar o cliente em sua jornada rumo à transformação digital.
Contudo, disse Jeff Klenner, gerente-geral e vice-presidente da BMC América Latina, a empresa não está se desfazendo das ofertas tradicionais, mas, sim, adicionando capacidades ao seu portfólio. “Até 2025, a era digital vai movimentar em todo o mundo US$ 1 trilhão. É uma questão de aproveitar ou deixar a oportunidade passar”, assinalou.
Klenner lembrou que o universo digital traz novos imperativos como acelerar a inovação, focar no cliente e mirar qualidade e experiência. “Negócios digitais são mais rentáveis, eficientes e têm mais valor”, observou, acrescentando que a plataforma BMC Digital Enterprise Management agrega essa visão.
Usando um diagrama para mostrar como funciona a plataforma, Fernandes relatou que a ideia é levar uma abordagem consultiva para os clientes existentes e futuros. “A maioria do mercado tem uma abordagem sob a óptica tecnológica, mostrando produtos na ponta. Estamos na direção oposta”, disse. Segundo ele, companhias dos setores financeiro e de telecomunicações estão avançadas em suas jornadas digitais e têm sido early adopters da oferta.
O country manager da BMC Brasil reconheceu que sem uma mudança cultural antes de qualquer alteração tecnológica, projetos de transformação digital dificilmente vão adiante ou registram sucesso. Esse papel de aconselhamento também sido desempenhado pela BMC, garante.
Crescimento dos negócios
“Entrei com a missão de ampliar a equipe e criar um time de elite”, contou Fernandes ao IT Forum 365. Nesse tempo, a empresa triplicou o número de funcionários e afastou completamente a ideia de cortes. Depois de alguns meses arrumando a casa, o executivo agora mira três frentes: reaproximação com os clientes, repassar a mensagem para o mercado da nova BMC, que ele mesmo reconheceu ter ficado apagada nos últimos anos, e fomentar a rede de canais.
Atualmente, 50% das vendas são feitas via canais. No Brasil, são cerca de 40 parceiros. A expectativa do executivo é ampliar esse número, ganhar capilaridade e ampliar a quantidade de clientes. Também está em curso uma mudança no programa de canais, que é global, mas logo terá início no País, adiantou.
Mesmo sem citar números específicos sobre a expansão do mercado local, Klenner relatou que o crescimento no último ano foi considerável e o Brasil foi responsável por metade dos negócios da companhia na região. De acordo com ele, apenas na América Latina, a BMC registrou salto de 50% nos negócios.