A história da automação de negócios tem seu início muito antes do que a maioria de nós imagina. Um moinho de farinha automatizado, movido a água, construído em 1785 nos EUA pelo inventor Oliver Evans, permitiu que a fábrica próxima ao estado de Delaware começasse a operar com mais eficiência e eficácia, produzindo um produto de mais qualidade sob o comando de uma pessoa em vez de quatro. Muito tempo depois, nas décadas de 1960 e 70, os esforços militares da Segunda Guerra Mundial e, posteriormente, o programa de voos espaciais da NASA alimentaram a grande onda de inovação em automação com os primeiros computadores funcionando em configurações de administração corporativa, para negócios. No entanto, nesse tempo, e até meados dos anos 90, a introdução da automação empresarial seguiu um modelo de desenvolvimento totalmente centralizado, de altíssimo custo, que demandava longos períodos de gestação, com todos os riscos inerentes a isso, além de uma TI extremamente pesada, com entregas que só faziam sentido aos negócios obviamente mais lucrativos e complexos.
Hoje a realidade é outra. Nos últimos cinco anos, vimos investimentos em automação liderando projetos de dentro de funções e equipes de negócios. É uma rota completamente diferente que, em vez do foco centralizado em TI, usa ferramentas que permitem soluções de entrega rápida e colaborativa, democratizando a automação e ampliando seu alcance para uma gama muito maior de pessoas e negócios, com impactos sociais importantes e que podem ser de longo prazo. Hoje já é possível, por exemplo, que qualquer pessoa configure seu próprio assistente digital para apoio a tarefas repetitivas, como o envio de e-mails. Por isso, a pesquisa global “Future of Work 2021” do IDC mostrou que 84% das organizações consultadas já notam seus profissionais interessados ou envolvidos diretamente na automação de aspectos funcionais do próprio trabalho. E na medida em que este interesse no potencial diverso da automação cresce, outro fenômeno incrível surge: a percepção do valor da automação para além da eficiência operacional pura e simples. Cada vez mais empresas têm enxergado oportunidades de uso da tecnologia para a promoção de mais bem-estar social e como um recurso à conquista dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, e da agenda ESG (Environmental, Social and Governance). A mesma pesquisa revelou, por exemplo, que um dos principais impactos esperados pelas organizações que investiram em automação nos últimos anos é o alcance de uma maior transparência empresarial – o que tem tudo a ver com governança – e de mais satisfação por parte dos colaboradores.
A pandemia trouxe à tona o poder da automação para além da eficiência operacional. Na crise que vivemos, robôs de software vêm atendendo com mais agilidade às solicitações dos cidadãos no setor público e privado em diversos países e em campos diferentes, como o da saúde ou o varejo de alimentos. Na esfera do trabalho, temos visto a automação contribuir para a melhora do equilíbrio entre vida profissional e pessoal, outro ponto que a pandemia nos cobrou. A automação também tem apoiado avanços em responsabilidade social e ambiental – ao fornecer dados mais precisos às empresas e instituições, a tecnologia provê documentação administrativa sem erros para o gerenciamento de questões como coleta de resíduos, mitigação de desperdícios e economia de energia elétrica. É o que chamamos de TI verde.
Um ponto, porém, continua o mesmo e ainda mais urgente que à época do moinho de farinha, se quisermos sustentar os benefícios da automação para além da roda operacional: treinamento. A automação traz consigo a necessidade de haver, por parte das empresas, mais esforços em programas de capacitação profissional, capazes de treinar lideranças, aprendizes,
jovens e minorias. A educação é a chave para a automação inclusiva, que nos apoia em nossa força de trabalho, e não nos substitui, e assegura benefícios sociais de longo prazo.
* Edgar Garcia, Vice-Presidente Regional da Uipath para a América Latina
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