Aumenta a espionagem no mundo conectado

Com os smartphones que carregam câmeras, gravadores, redes sociais e as várias tecnologias de comunicação em tempo real, manter a privacidade está se tornando cada vez mais difícil. É importante que internautas comecem a se preocupar com essas questões e conheçam as leis inviolabilidade, recomendam especialistas em segurança pública, que participaram do IT Forum Expo, realizado esta semana em São Paulo.
Esse tema foi destaque do painel “Segurança pública x direito à privacidade individual”. Segundo Diego Aranha, pesquisador e professor do Instituto de Computação da Universidade de Campinas (Unicamp), “estamos sendo vigiados o tempo todo pelo governo”.De acordo com ele, constatação disso ficou mais evidente depois que Edward Snowden denunciou a invasão de privacidade e espionagem pelo governo dos Estados Unidos.
Carlos Cabral, consultor independente de Segurança da Informação, informa que a privacidade individual está sendo violada também por empresas quando são atacados pelos criminosos, expondo dados pessoais de clientes. Ele cita ainda as câmeras de vigilância conectadas pela nuvem e espalhadas pelos metrôs, elevadores, prédios e outros locais que captam o tempo todo imagem das pessoas.
O advogado Rony Vainzof, do escritório Opice Blum Advogados, especializado em direto digital, informa que o cidadão tem o direto à privacidade e que as câmeras de vigilância não poderiam focar no rosto das pessoas, mesmo que o argumento de governo e empresas privadas sejam para garantir a segurança. Ele lembra da polêmica, envolvendo o Google com o serviço Street View, que mostrava imagem nítidas das casas e que foi obrigado fazer mudanças.
A privacidade individual vem sendo quebrada também pelos provedores de serviços grátis, como é o caso Google, Facebook e WhatsApp, entre outros, que fornece acesso a aplicativo mediante coleta de dados pessoais. Essas informações poderão ser utilizadas por essas empresas, que até pedem permissão aos usuários, que nem sempre leem as regras antes de concordar.