Atos aposta em Londrina como carro-chefe para gestão de operações

A cidade de Londrina, localizada no interior do Paraná, caminha para ser a principal operação da Atos no Brasil e em toda América do Sul. Inaugurada em 2013, a sede paranaense da multinacional francesa de serviços de TI cresce em ritmo acelerado. Nasceu com 80 funcionários e, hoje, conta com 560 colaboradores e já é considerada pelo companhia o maior Centro de Inovação e Tecnologia da região.

A meta até 2018 é chegar a 700 colaboradores (número bem próximo à sede em São Paulo), crescimento impulsionado pelo avanço na atuação com desenvolvimento de produtos, soluções e plataformas com foco em transformação digital. Para comportar o crescimento, Marcos Brunele, diretor de infraestrutura e gerenciamento de dados da Atos, diz que uma ideia é ampliar a sede atual, mas há também a possibilidade de mudança para outro local na cidade – nesse caso, seria estudado junto ao prefeito Marcelo Belinati a criação de um polo de tecnologia na cidade, para onde a Atos poderia mudar a operação.

A sede em Londrina concentra a maior parte de serviços de gestão, como de sistemas operacionais, banco de dados, rede e comunicação, aplicação, entre outras. São dois andares. No primeiro, ficam as equipes de suporte a operações de primeiro nível, além de um centro de manutenção de infraestrutura, com telas para visualizar o status de ambientes críticos – são cerca de 800 a 900 servidores gerenciados a partir de Londrina. No piso superior, ficam as equipes de gerenciamento de aplicações e sustentação aos negócios.

Os times são divididos em quatro turnos para manter operações 24/7, atendendo clientes de peso, como Basf, Siemens, Volkswagen, Vale, Nike, Sanofi, Enel e Editora Abril. Os atendimentos contemplam três diferentes idiomas – português, inglês e espanhol – e 12 países.

O IT Forum 365 visitou o local. Confira algumas imagens do Centro de Inovação e Tecnologia na galeria no topo da página.

Por que Londrina?
A companhia demonstra enorme entusiasmo com a operação paranaense. Segundo José Francisco Fay, diretor de recursos humanos e comunicação da Atos para América Latina, a cidade reúne elementos atrativos, como ótimas instituições de ensino, mão de obra qualificada, geografia favorável, além de incentivos fiscais – um deles o ISS tecnológico da cidade.

Brunele conta que outras opções foram estudadas, como Limeira (SP) e Petrópolis (RJ), mas os quesitos citados por Fay falaram mais alto.O Investimento inicial, antes da abertura em 2013, foi de R$25 milhões em infraestrutura, tecnologias, parcerias, recrutamento e treinamento.

Talentos
A empresa aposta na qualidade de vida de Londrina para atrair profissionais, ou melhor, para não perdê-los para outras cidades. Nesse sentido, o programa de estágio surge como uma aposta certeira. Segundo Fay, foram 55 estagiários contratados nos últimos 2 anos, com 50% de efetivação. “Nosso foco é promover talentos dentro de casa”, conta o executivo, que destaca também o programa de recrutamento interno. “Cerca de 25% das vagas em 2016 foram preenchidas internamente. É um orgulho termos gestores formados aqui.”

Desde a chegada a Londrina, a empresa buscou parcerias com universidades e instituições de ensino locais, como Unifil, Unopar, UEL e Senai, para promover capacitação de profissionais. A companhia também é conveniada do Pronatec, programa do Governo Federal voltado ao ensino técnico.

Rio 2016: cartão de visitas
A Atos é parceira dos Jogos Olímpicos desde 1992 e já tem contrato firmado até 2024. O primeiro grande teste da operação em Londrina foi o gerenciamento das operações dos Jogos Olímpicos Rio 2016. O desafio começou antes mesmo do início dos Jogos, já que, pela primeira vez, parte do gerenciamento de TI foi realizado fora da cidade sede e todo o service desk ficou em Londrina.

Para o projeto, foram contratados 70 colaboradores temporários e 75% foram contratados na sequência sendo realocados em outros projetos, algo muito destacado pelos executivos.

Segundo a empresa, a atuação da equipe recebeu notas máximas em pesquisas de satisfação do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) durante o período das competições. “O crescimento foi notório depois da Rio 2016 e o Brasil virou modelo para outros países”, enaltece Brunele.

Desenvolvimento dentro de casa
Um dos grandes focos – e até orgulho – da equipe paranaense é o desenvolvimento de soluções dentro de casa. A operação já demonstra os primeiros resultados. Uma solução “made in Londrina” é uma de reset de senha automático, que reduz chamados de uma ação simples, mas que demanda muito dos service desks, a atualização de senhas.

Outra solução é o Auro, software de automação que utiliza tecnologia de computação cognitiva par sistematizar a coleta de dados em documentos de texto e tabelas, por exemplo, eliminado a necessidade de digitação manual de informações.

A mais recente delas é o Atos Connected Shopping, solução que promete mudar a experiência de compra em estabelecimentos como supermercados, atacadistas, lojas de materiais de construção e móveis, entre outros. Com a plataforma, não será mais preciso, por exemplo, se locomover dentro de um supermercado carregando todos os produtos dentro do carrinho. Basta baixar o app, escanear o código de barras ou QR code do produto com o smartphone, selecionar quantas unidades pretende comprar e realizar o pagamento no caixa. A ideia é garantir mais praticidade, agilidade e conforto ao consumidor.

*O jornalista viajou a Londrina a convite da Atos

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