A dificuldade que as empresas têm de facilitar e acelerar a transformação da cultura organizacional, para acompanhar – ou até se antecipar – aos avanços tecnológicos, não representa um problema novo. Porém, as organizações precisam ter em mente que se a cultura dos colaboradores não estiver alinhada com as novas possibilidades geradas pelo uso intensivo da tecnologia, dificilmente vão promover uma mudança nos negócios que impacte em reais vantagens competitivas.
Essa dificuldade de mudar a cultura organizacional para acompanhar a transformação digital começa pelas lideranças das empresas. Estudo global da Vanson Bourne, patrocinado pela Dell EMC, realizado no final de 2016, aponta que só em 41% das companhias o Board (principais líderes) está liderando projetos para transformação digital e um dos principais obstáculos para isso está na falta de habilidades internas e conhecimento do tema.
As corporações que quiserem sobreviver no longo prazo, no entanto, precisam estar atentas à transformação digital e ao impacto dela nos negócios, ajustando os processos organizacionais para atender os três grandes pilares que regem esse novo mercado pautado pelo uso intensivo de tecnologias: inovar rapidamente, antecipar oportunidades e demonstrar transparência e confiança.
Inovar rapidamente
As startups digitais estão moldando um novo panorama de negócios. Não à toa, 45% das empresas ouvidas na pesquisa da Dell acreditam que estarão obsoletas em um período de apenas três a cinco anos. Mas como as companhias podem reverter esse cenário?
A única resposta a esse novo panorama é estimular todas as formas de inovação no ambiente corporativo. Isso passa, inclusive, pelo departamento de TI aceitar que as áreas de negócios têm adquirido por conta própria sistemas e software na nuvem. De forma geral, o CIO e seu time tendem a interpretar essa atitude como mal-intencionada, demandando atenção e controle especial. No entanto, a postura negativa nesse caso ignora que trata-se de uma forma inovadora para resolver problemas reais de negócios.
Assim, os CIOs que quiserem posicionar-se verdadeiramente como líderes da transformação digital dos negócios devem deixar prejulgamentos de lado e avaliar o que está motivando a busca por soluções tecnológicas sem o aval da TI. Muitas vezes, a única intenção é aproveitar uma oportunidade que demanda uma resposta urgente ou, ainda, para manter-se competitivo no mercado.
Os líderes de TI verdadeiramente engajados com a transformação digital devem operar como facilitadores da adoção de soluções tecnológicas que proporcionem uma inovação nos processos e modelos de negócios. Para isso, podem, por exemplo, desenvolver uma série de micro serviços que possibilitam a transferência segura e flexível de dados gerados e armazenados em diferentes ambientes, economizando dinheiro e rompendo barreiras tradicionais.
Antecipar oportunidades
Na teoria, antecipar-se às oportunidades representa algo relativamente simples. Basta pegar todos os dados gerados pelos diferentes sistemas corporativos e submetê-los a soluções de análise, gerando assim informações e insights. Na prática, por outro lado, a história é bem mais complexa. As organizações recebem dados, estruturados e não estruturados, de diferentes formatos e, com as constantes transformações de processos, essa transição dos dados em informações relevantes para o negócio torna-se algo bastante complexo.
Os profissionais que trabalham com geração de relatórios tradicionais têm enfrentado um desafio nas organizações. Isso porque, a ciência de dados deixou apenas de ser pautada por precisão e métricas para geração de análises. Muitas vezes, a previsão de futuro passa hoje por uma habilidade de lidar com modelos que mudam de forma rápida e inesperada.
Fazer as apostas corretas nas percepções certas é uma arte que ainda se esconde sob a superfície da nova era de ciência de dados. E quem lidar melhor com essa questão tende a ser mais bem-sucedido.
Transparência e confiança
Em um mundo no qual os consumidores estão cada vez mais conectados, a transparência e a confiança são uma condição essencial para qualquer empresa. No entanto, no caso da transformação digital essa questão ganha um significado diferente, pois deve passar primeiro pelos colaboradores.
Na prática, em um ambiente preparado para a transformação digital, os profissionais da empresa devem sentir transparência e confiança para testar algo inovador e errar, se for o caso, sem medo de retaliações. As empresas que não incentivarem as equipes a compartilhar ideias e testar novos modelos, processos, produtos e serviços dificilmente terão sucesso em longo prazo.
O que se percebe, no entanto, é que muitas empresas ainda não estão preparadas para abraçar essa atitude e preferem ficar na zona de conforto, com pensamentos tradicionais, pautados por experiências passadas, redução de riscos e aversão ao erro.
Enfim, o sucesso das organizações na jornada rumo à transformação digital depende, antes de tudo, por uma mudança na postura dos profissionais e das lideranças em primeiro lugar. De nada adianta ter as melhores tecnologias, se as empresas não estiverem equipes verdadeiramente preparadas para essa nova economia.
*Luis Gonçalves é presidente da Dell EMC para Commercial
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