App híbrido ou nativo, o que vale mais a pena?

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8:46 am - 16 de maio de 2017

A tecnologia evolui, as plataformas mobile mais ainda. De fato, um estudo do Gartner mostra em números que tais sistemas têm ganhado cada vez mais espaço: em 2016, o Android liderou o mercado, com mais de 296,9 milhões de smartphones ativados, seguido por iOS, com 44 milhões de unidades, Windows, com 1,9 milhão e BlackBerry, com 400 mil.

Com tantas opções – e olha que só estamos falando do Top 4 deste mercado -, quem cria aplicações mobile não está imune à dúvida: qual o método mais vantajoso, desenvolver um aplicativo para cada plataforma ou criar apps que sejam híbridos, ou seja, tenham uma única versão que funcione em mais de um sistema?

A reposta é o bom e velho “depende”, e as variáveis aqui são economia e desempenho.

É importante entender que, em qualquer caso, não é necessário desenvolver dois diferentes aplicativos de maneira nativa, existem linguagens híbridas de programação que possibilitam fazer um único aplicativo que se molde tanto para iOS quanto para Android, por exemplo. O mercado está cheio de exemplos disso, como o Phonegap, um dos mais conhecidos.

Logo, não faz o menor sentido investir em um app nativo, tendo que desenvolver do zero uma versão para cada sistema, quando posso criar um híbrido e gastar a metade do tempo e dinheiro, correto? Errado.

Nem sempre o modelo híbrido será a melhor escolha. Começando pelo fato de que o app programado em linguagem híbrida necessita de vários ajustes para se adaptar às diferentes plataformas, ou seja: não basta fazer um aplicativo e sair por aí rodando em tudo quanto é device e sistema operacional.

Além disso, é fundamental saber que um projeto de app não é composto apenas pelo aplicativo em si, mas também pelo backend e pelo painel web (na maioria das vezes). Ou seja, definitivamente um app híbrido não sai pela metade do preço.

Digamos que para construir um projeto de app vai se investir: “10” no app iOS, “10” no app Android, e provavelmente outro “10” em backend e webservices. Totalizando “30”. Assim, imagina-se que o app híbrido custe os mesmos “10” e garanta um terço e economia. Porém, app híbrido não vai custar apenas “10”, e sim “13” devido as adaptações que serão necessárias para que se encaixe perfeitamente nas duas plataformas. Como resultado, o projeto híbrido vai custar “23”, ou seja menos de 30% de economia. Isso falando de preço, ou seja, a variável economia. Vamos à variável desempenho.

Em termos de qualidade, a diferença vai muito além dos 30%. Apps nativos tornam-se naturalmente mais funcionais, apresentando muito melhor usabilidade, o que garante uma experiência superior para o usuário. Além disso, os apps nativos tendem a necessitar menos frequentemente de manutenção.

Mas os apps híbridos têm lá seu valor, sim. No desenvolvimento de jogos, por exemplo, eles são os mais indicados, já que existem plataformas especiais para criar os games que facilitam muito o trabalho de quem cria o app. Outro caso são os aplicativos de curta duração – sazonais, para uma campanha específica etc. A equação custo x tempo de uso x retorno do investimento não justifica o investimento em app nativo nestas ocasiões.

O híbrido também é a melhor pedida quando se trata de prazos apertados para desenvolvimento do app (já que a programação é menos complexa), quando você não dispõe de um desenvolvedor para cada plataforma ou quando o aplicativo precisará ser atualizado muito frequentemente, já que parte do código poderá estar online para ser atualizada pelo sistema web dentro do app, sem requerer atualização do aplicativo todo ou envio de novas versões para as appstores.

Mas calma: eu não te trouxe até aqui para dizer que, se a sua dúvida está entre apps híbridos ou nativos, a resposta é “tanto faz”. De maneira geral, o app nativo é muito mais recomendável, especialmente pelo quesito experiência do usuário. Se a sua proposta é criar um aplicativo de alta qualidade, que satisfaça quem o utilizar em termos de interface e funcionalidade, a melhor opção é o nativo, com certeza.

*Raul Amoretti é sócio-diretor na Aioria Software House

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