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Após WeWork postergar IPO, SoftBank intensifica esforços na indiana Oyo

Dentre as centenas de firmas que já receberam investimentos do banco japonês SoftBank, uma das marcas preferidas da própria companhia é o WeWork. Que, com seu projeto de expansão de coworkings e oferta de serviços paralelos (como administração de espaços externos), cresceu de forma significativa nos últimos anos.

Acontece que, às vésperas de se lançar no mercado, a empresa mergulhou numa onda de desconfianças por parte de investidores que a fez mudar de ideia e postergar seu IPO para um futuro ainda indefinido, de forma a recuperar as chances de levantar os US$ 47 bilhões de valuation estimados. Enquanto esse negócio vai para o stand by, a companhia nipônica muda está mudando seus esforços para investir (e lucrar) com o potencial de escalabilidade da startup indiana Oyo.

Concierge de dados

Fundada em 2013, a Oyo atua no mercado de reservas de quartos com o diferencial de realizar parcerias com hotéis para criar uma espécie de marketplace da plataforma. Portando uma equipe com mais de 2 mil engenheiros e cientistas de dados, esse time analisa os números gerados por reservas e hospedagens para entender quais ajustes nas comodidades proporcionarão mais custo-benefício aos hotéis.

Os cientistas também podem fazer cruzamentos com outros dados (como o número de pousos em uma determinada cidade) para entender a demanda de potenciais turistas e, assim, ajustar as taxas de acomodação. Segundo a companhia, a ocupação dos hotéis que entrar em seu programa aumenta em média de 25% para 75% em três meses.

Da Índia para o mundo

Os números da Oyo impressionam: ela já é a terceira maior rede de hotéis do mundo, disponibilizando cerca de 1 milhão de quartos e ficando atrás apenas do Hilton Worlwide e do Marriott International. Com tanto destaque, a empresa acabou atraindo a atenção de investidores. O consórcio japonês Nomura e Mizuho realizou um aporte que dobrou o valuation da marca, saltnado de US$ 5 para US$ 10 bilhões.

Além de também investir na empresa, o SoftBank está auxiliando a marca em uma de suas empreitadas mais ousadas no ramo internacional. A companhia acabou de adquirir por US$ 135 milhões um antigo casino da rede de fast food Hooters, com 675 quartos. Localizado em Las Vegas, o objetivo da empresa é reforçar sua posição não só nos EUA com também na Europa.

Reserva com problemas

Mas nem tudo é um mundo de luxo no universo da Oyo. Problema que costuma aparecer nos casos de crescimento exponencial, uma das principais  queixas relacionadas ao serviço da Oyo é a disparidade do atendimento prestado: como a firma apenas realiza parcerias com os hotéis e as exigências estão relacionadas com a estrutura, não é difícil que uma pessoa seja bem atendida em uma unidade para depois ter uma péssima experiência em outra.

A dificuldade em fazer caixa é outro ponto atual da marca. Apesar do número expressivo de quartos, ela gerou apenas US$ 59 milhões de receita em março de 2018. O Marriott International, por outro lado, teve US$ 5,3 bilhões de receita nos últimos doze meses. Já o Hilton Worldwide, registrou US$ 3,7 bilhões.

A terceira questão relacionada com os principais problemas enfrentados pela companhia indiana está no desafio de expandir em mercados consolidados, como Europa e EUA. Acontece que na, em sua terra natal, 80% dos hotéis são negócios de família que viram na parceria com a Oyo uma chance de trazer mais visibilidade ao seu comércio. Mas essa conta se inverte quando se fala em locais como turismo mais consolidado: nos EUA, por exemplo, 70% dos hotéis pertencem à alguma marca.

Ciente desses problemas, a Oyo já informou que está implementando medidas tanto para aumentar a padronização e segurança dos hóspedes como para melhorar os serviços e parcerias internacionais. Apesar de uma receita pequena, a companhia está, em média, triplicando seu crescimento anual, o que pode torná-la um negócio com alto potencial de lucro, caso se consolide. Se o investimento feito pela SoftBank será justificado, é questão de tempo para saber.

Comm informações do Financial Times. 

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