Apesar de nebuloso, Big Data ganha status de aliado na transformação corporativa

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3:27 pm - 27 de novembro de 2014
O conceito de Big Data ganha espaço nas organizações que buscam se adaptar às novas tendências tecnológicas. Porém, ainda existem dúvidas relacionadas à utilização da ferramenta, principalmente no que diz respeito à interpretação dos dados obtidos. O tema foi abordado pelo professor da FIA, Nivaldo Marcusso, em palestra realizada no IT Forum Expo/Black Hat, que aconteceu nos dias 25 e 26 de novembro, em São Paulo.

De acordo com o acadêmico, a inteligência coletiva é a essência do Big Data. A partir desses dados, é possível gerar oportunidades de negócios e melhorar as tomadas de decisão. Entretanto, para obter essas vantagens, é necessário avaliar a veracidade dos dados para conectá-los à estratégia da empresa. “O Big Data possibilita entender o comportamento das pessoas nas redes, permitindo o lançamento de produtos e serviços com ofertas únicas, que atendam aos interesses dos clientes.”

Segundo Marcusso, com o crescimento da Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês), uma quantidade enorme de dados será gerada, já que as conexões machine-to-machine (M2M, na sigla em inglês) registrarão crescimento exponencial, o que resultará em diversos tipos de informações analisadas e extraídas para criar oportunidades. “Existe uma grande tendência de Big Data ser tratado apenas no âmbito da comunicação ou da engenharia, mas é uma área que deveria ser abordada sob diversos aspectos. Só em M2M, existem milhares de oportunidades que não foram exploradas de maneira adequada”, analisa.

Para se ter ideia, a aposta no potencial da IoT é tão alta que o executivo destaca que, entre as cem maiores empresas da próxima década, 20 serão focadas na tecnologia ou em crowdsourcing. “O Big Data é a ponta do iceberg. Existem muitas características a serem tratadas e padrões a serem estabelecidos sobre tudo que é possível com esses dados.”

Fonte de dados

Data Mining, ou mineração de dados, ainda é uma área nebulosa para companhias que iniciam seus trabalhos com Big Data. Marcusso explica a técnica como uma junção de tecnologias e competências para explorar os dados obtidos de forma que seja possível transformar as informações em vantagens competitivas. 

“Obter informações das redes sociais não é só olhá-las, mas definir comportamentos por meio de gráficos. Dessa forma, surgem oportunidades interessantes de conhecer como as pessoas falam da marca, como agem em relação a elas e como essas informações podem gerar oportunidades de negócios ainda não identificadas.”

O professor relata que, por meio dos dados obtidos, é possível personalizar serviços e produtos de acordo com o interesse do cliente, produzir campanhas de marketing direcionadas, sugerir escolhas e analisar comportamentos de comunidades, ajudando a escolher e a criar necessidades nas pessoas. 

Todavia, Marcusso destaca que é vital tomar cuidado quanto às formas de utilizar esses dados, pois existem questões de privacidade e de direito intelectual que ainda não estão claras. Como exemplo, ele destaca o famoso caso ocorrido com a rede varejista norte-americana Target, que foi processada e precisou indenizar uma família que descobriu a gravidez da filha após começar a receber anúncios de publicidade de produtos infantis devido ao comportamento de compra da garota, que ainda não havia revelado a gestação aos pais. “A questão é entender o que é privado e o que não é”, esclarece.

Maximizando resultados

Para evitar alguns erros comuns relacionados à utilização do Big Data, o professor lembra que dentre os quatro “V´s” (Volume, Velocidade, Variedade e Veracidade, classificados como características do conceito), o mais importante é o último, pois é ele que será o mais indicado para se basear na hora das tomadas de decisão. 

Marcusso ressalta que um dos primeiros mitos é acreditar que com o Big Data será possível acessar todos os dados das pessoas. O acadêmico salienta que sempre existirão dados privados e estarão inacessíveis. Outro erro é acreditar que todos os dados extraídos serão úteis na hora de criar estratégias para alavancar os negócios. “O volume de informações não reduz a incerteza. Dependendo da forma de trabalho, ele pode trazer mais dúvidas para o processo de decisão, pois nem todos os dados têm o valor necessário.”

O acadêmico comenta que Big Data não oferece certezas, mas apenas novas formas de analisar informações que podem potencializar o processo. Mesmo assim, o conceito não será uma moda passageira. “O Big Data é uma transformação. Daqui um ou dois anos, ele será situado nessa questão da inteligência social. Com o passar dos anos, Big Data nem estará mais na área de TI”, finaliza.

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