Alinhar-se aos negócios é desafio dos CIOs na América Latina

Conquistar a confiança e obter o alinhamento com as áreas de negócios é desafio dos CIOs na América Latina. Falando em painel no IT Forum Latam, que acontece de 7 a 10 de junho, em Miami (EUA), Carlos Gajardo, CIO da Cementos Bio Bio no Chile, Alex Tosetto, head de TI da DHL Supply Chain para América Latina, Angela Rivasplata, gerente de TI da 3M para América Latina, baseada no Peru, e Luis Uribe, CIO da Volkswagen Argentina, relataram como superaram essa questão e de que forma ganharam o status de TI estratégica.

Uribe relatou que muitas empresas ainda não assimilaram o valor da TI e que acredita ser fundamental o CIO responder ao CEO, e não para o CFO ou o RH, como geralmente acontece. Ele pleiteou essa posição quando iniciou sua jornada na Volkswagen Argentina. “Cheguei para fazer uma transformação, rumo à indústria 4.0. Quando fui para lá, não éramos nem 1.0”, orgulhou-se.

Para tanto, ele pediu empoderamento e isso significava reportar ao CEO. “Também solicitei recursos, pessoal capacitado e tecnicamente treinado. Além disso, busquei alianças nas áreas de negócios, para acabar com o status de tirador de pedidos e, assim, eles passaram a trabalhar lado a lado com a TI”, detalhou.

Gajardo também encontrou grandes aliados nas áreas de negócios. “Isso é cada vez mais necessário”, sentenciou ele. E a forma de chegar lá é entregando valor, acredita. Angela fez um trabalho intenso nesse sentido quando passou a compor o time da 3M. “TI não tem de somente ser uma área que provê tecnologia, mas pensar em como usuários vão ver o valor da tecnologia. Nossa razão de ser é essa. E é nesse cenário que o tema de change management é fundamental”, revelou.

Tosetto indiciou que a TI da DHL há tempos não é mais backoffice. Até pela natureza dos negócios da companhia. Ele explicou que por ser uma empresa de serviços e lidar com dados dos clientes dos clientes, a tecnologia exerce papel crítico.

Quando a inovação e a transformação ganham destaque

No painel, os executivos citaram ainda o desafio de inovar e gerar transformações constantes aos negócios por meio da tecnologia. Na Cementos Bio Bio, que produz e comercializa cimento, Gajardo trabalha com seu time para gerar inovações rápidas por meio de produtos mínimos viáveis (MVPs). “Queremos levar inovação aos negócios com pequeno investimento. Buscamos isso mostrando resultados”, revelou.

Ele reforçou, ainda, o fato de que a inovação não acontece sem sair de casa. É preciso ouvir os clientes, ir à campo. Sem essa sensibilidade, é praticamente impossível atender às expectativas daqueles que consomem os produtos de uma empresa.

Para Angela, a inovação não acontecerá se o board não entender o valor e o potencial da iniciativa. Mas há um ingrediente fundamental nessa equação. “A tecnologia abraça processos e pessoas. Não há forma de fazer inovação se não tratar esses pontos. Precisa ter aliados, como os parceiros de negócios para gerar essas iniciativas”, concluiu ela.

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