No segundo dia de ITForum 2014, muitas das questões levantadas pelo filósofo e professor Luiz Felipe Pondé, que inaugurou o evento na quarta-feira (30) com sua palestra sobre “A sociedade em transição: da era industrial à era digital”, têm se desdobrado ao longo da agenda de conteúdo dos CIOs.
Talvez, as reflexões de Pondé tenham soado um tanto provocativas no sentido da necessidade de liderar as transformações que têm sido provocadas pela evolução tecnológica, seja no que diz respeito à privacidade, às novas relações de trabalho, à entrada da geração Y no mercado e, principalmente, à forma como as empresas vão lidar com esse universo de dados à disposição.
O “olho de Deus”, termo utilizado por teóricos para descrever o big data ao qual se referiu Pondé, traz novos desafios e exige novas perspectivas. Aqui, você confere um bate-papo da equipe de conteúdo do IT Forum 365 com Luiz Felipe Pondé sobre essas transformações e seus reflexos no papel do CIO.
O contrate entre persona positiva e persona negativa permeou toda a sua palestra de abertura do ITForum 2014 sobre a sociedade em transformação. Na prática, como as empresas e gestores de TI devem pensar nesse conceito?
Luiz Felipe Pondé: Ás vezes as pessoas que ficam dentro desse da tecnologia da informação e você fica meio cego não sabe onde ela está inserida e o que acontece. E isso vai contra o que chamamos na análise comportamento do persona negativa. Quando você está no negócio você só pensa na persona positiva, no que é legal. E quando você só pensa no legal você esquece de que a vida também tem uma dimensão negativa. Ela tem uma dimensão de limite, de insegurança, de perdas, e na verdade isso domina grande parte da vida. E é por causa disso que as pessoas procuram soluções.
E como o CIO de TI pode aplicar esse conceito em meio às transformações lideradas pela tecnologia na atualidade, especialmente o big data, ao qual você se referiu como a “próxima ruptura da sociedade”:
Acho que alguém que trabalha e lidera o negócio em tecnologia da informação e lida com essas estruturas tem que necessariamente construir um repertório e procurar ajuda se for necessário para entender o que é uma persona negativa associada a esses estruturas, considerando inclusive o fato de que a sociedade que tende a ter um enorme controle da vida das pessoas ou a invasão de privacidade. E não adianta dizer que não porque é história da carochinha. Então a gente tem que se preparar para aprender como vamos lidar com esse lado negativo do Big Data.
Você fala sobre a necessidade de uma intuição romântica na análise de dados como caminho que pode ser utilizado pelas empresas. Seria um retorno à origem do marketing, em que a relação entre marca e consumidor era muito mais pautada na “arte”, ou seja, na intuição dos profissionais?
A partir da perspectiva apontada pela empresa de consultoria WGSM, cada vez mais a intuição romântica, ou seja, a capacidade que você tem de se arriscar e propor alguma coisa ainda que você não tenha a totalidade das informações. Porque ninguém nunca mais vai ter essa totalidade das informações. As pessoas vão continuar a ter que saber de estatísticas, mas vão ter que ter alguém dentro da equipe que tenha outros conhecimentos. Ou seja, uma pessoa que consiga olhar esses dados sob a perspectiva da intuição. A intuição não é algo que você fala “acho que é isso”, na realidade ela é propiciada pelo acúmulo de repertório que vai além da estatística, além do dado puramente bruto. É a forma como você consegue agregar valor àquela estatística e àquele dado advindo de outros repertórios.
Confira a cobertura completa da entrevista na próxima edição impressa da revista IT Forum 365.
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