Agenda climática: bancos detalham planos de Net Zero no Febraban Tech

Painel trouxe exemplos de iniciativas de Bradesco e Banco do Brasil. Para Science Based Targets Initiative, ESG deve ser preocupação de todos

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10:57 am - 11 de agosto de 2022
Painel sobre agenda climática no Febraban Tech 2022. Foto: Joyce Cury / Febraban

O ESG se firmou como preocupação do setor bancário e pautou painéis durante o Febraban Tech, iniciado na terça-feira (9), em São Paulo (SP). Em um deles, as instituições detalharam planos de médio e longo prazo de neutralidade (Net Zero) ou diminuição da emissão do carbono.

“Não tenho dúvidas de que é através da tecnologia que vamos alcançar o Net Zero”, comentou Marcelo Pasquini, head de sustentabilidade do Bradesco, ao apresentar o projeto de descarbonização da instituição. O banco pretende zerar emissões até 2050.

As metas foram estabelecidas com apoio de organizações parceiras (40% já contam com projetos de Net Zero em seus portfólios) e também busca envolver os clientes pessoa-física. O executivo também ressaltou o papel do InovaBra, ecossistema que conecta startups brasileiras, para alcançar esses objetivos.

Ainda em planos de descarbonização, Barreto Júnior, VP de governo e sustentabilidade empresarial do Banco do Brasil, destacou o crescimento do mercado de crédito de carbono, certificados emitidos para empresas que visam fomentar a diminuição de gases de efeito estufa. O projeto busca, por meio de uma tecnologia de mapeamento georreferenciado de biomas, identificar quem tem excedente de reserva legal, podendo assim, fazer uma abordagem mais ativa de crédito.

Além disso, citou como parte da carteira sustentável o Projeto Brumadinho, que visa ajudar a prevenir catástrofes ambientais, e o Pronaf, destinado ao setor agrícola e visando a geração de renda para pequenos agricultores e mão de obra familiar.

“Uma meta baseada em ciência não é qualquer meta” é o mote do projeto de engenharia reversa da Science Based Targets Initiative, apresentado no mesmo painel. “A agenda de sustentabilidade deixou de ser uma agenda de nicho”, disse Luiz Fernando do Amaral, CEO da instituição, ao reforçar que todos os setores devem sair da teoria e ir para a prática do ESG.

Amaral citou um relatório global de sustentabilidade da Deloitte feito esse ano e que constatou que 83% das pessoas veem o mundo em um ponto de inflexão. Mas, apesar da gravidade do momento, prevalece o sentimento de otimismo, uma vez que 89% concordam que, com ação imediata, é possível limitar impactos danosos das mudanças climáticas.

Partindo da questão “qual o número de emissão de carbono que o mundo precisa chegar no futuro?”, a iniciativa global da SBTI teve início há 7 anos com US$ 38 trilhões de dólares investidos pelas mais de 3 mil organizações signatárias.

A iniciativa – nascida de um pacto entre CDP, Nações Unidas, World Resources Institute e World Wide Fund for Nature – utiliza de cálculos e projeções científicas para mobilizar empresas em um esforço conjunto para reduzir emissões de gases de efeito estufa. Mitigar o risco é poder gerenciar oportunidades e, mais que isso, unir tecnologia à preservação do planeta.

“Para dar certo é preciso de uma padronização e isso é possível com metas baseada em ciência: calcular e alinhar”, encerrou Amaral.

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