Ah, claro, Kubernetes é muito importante e, claro, você precisa dele. Talvez de três deles! Mas se você parar para pensar “Por que o Kubernetes?”, bem, espere muitas (e muitas) opiniões.
Um dos principais motivos pelos quais os profissionais de TI optam por adotar o Kubernetes é reduzir o bloqueio, garantindo a portabilidade entre nuvens. Isso acaba sendo melhor na teoria do que na prática. E as mesmas pessoas que dizem que estão utilizando a ferramenta para a portabilidade na nuvem também afirmam não terem planos de mudar.
Muitas pessoas se veem embarcando no movimento Kubernetes simplesmente por ter se tornado popular. (“Devs e arquitetos querem usá-lo porque a tecnologia é uma indústria da moda e o Kubernetes está na moda”, diz Orion Edwards.) Isso apesar da probabilidade, argumenta James Thomason, de que, embora os desenvolvedores possam ver o Kubernetes como uma maneira de “funcionar como o Google… na realidade, é um exagero para todos, exceto para 0,001% das aplicações”.
Embora possa estar exagerando um pouco, Thomason tem razão. Hoje, a indústria tem uma tendência a utilizar novidades brilhantes para além do seu uso pretendido.
Segundo Johnston, muitos CTOs adotam o Kubernetes “geralmente porque precisam, ou porque é o que eles veem como a grande novidade. Depois, eles se arrependem.”
Por que o arrependimento? Porque com o Kubernetes vem a complexidade que eles não tinham com o veículo que mais precisam para a portabilidade na nuvem, o contêiner Docker. Ou shell scripts. De fato, como Johnston diz, o Kubernetes acaba “complicando demais algo que vem sendo feito há anos de várias maneiras diferentes”.
Evitar o aprisionamento é a principal resposta que as pessoas dão ao “Por que Kubernetes?”. Na opinião de Dan Selman, “nem sempre é um medo racional, mas é um medo”. Já o analista Lawrence Hecht argumenta que “o medo do aprisionamento é racional. É racional querer ter uma estratégia de saída, mesmo que você não planeje usá-la.”
Deseja que a portabilidade na nuvem minimize o bloqueio? Você pode, mas provavelmente não precisa do Kubernetes para chegar lá.
Do ponto de vista de Johnston, uma tentativa de escapar do aprisionamento não deve “significar automaticamente o Kubernetes. Tivemos uma quantidade razoável de portabilidade em servidores virtuais. Eu diria que agora temos menos portabilidade com o Kubernetes.”
Será que mais Kubernetes significa menos portabilidade? Como isso funciona? De acordo com Neal Gompa, “existem maneiras de fazer as aplicações, aproveitando algumas APIs Kubernetes de maneira inteligente, mas em geral, você não obterá livre portabilidade em nuvem com o Kubernetes.”
Mesmo que o Kubernetes não impeça o aprisionamento no mundo real, ele ainda terá valor por outros motivos. Por um lado, como Don Syme destaca, se os desenvolvedores criam o Kubernetes, eles adquirem habilidades valiosas que são passadas entre os empregadores, independentemente da nuvem que eles possam estar usando.
Além disso, o Kubernetes é uma ótima maneira para as empresas obterem uma certa abstração de infraestrutura, como argumenta Joseph Mente. Para o especialista, a tecnologia pode ajudar na migração entre serviços, mesmo que não elimine o aprisionamento. Afinal, existe um motivo pelo qual a maioria das empresas escolhe uma nuvem específica, e não é para computação e armazenamento básicos.
Como indústria, temos uma tendência a nos fixarmos na tecnologia, mesmo quando os fornecedores estão eliminando essa necessidade de fixação. Por exemplo, James Urquhart está quase certamente correto ao insistir que, embora sim, o Kubernetes seja bom, ele não beneficiará a todos.
Em outras palavras, os desenvolvedores podem acabar usando o Kubernetes nos bastidores, enterrados em ofertas sem servidor e similares. Mas a maioria não precisará se aprofundar nas APIs do Kubernetes. E, a longo prazo, os Kubernetes desaparecerão da linguagem dos supostos gerentes dilbertianos.
Isso significa que o Kubernetes vai acabar? Não, significa o contrário. Quando o Kubernetes voltar a ser invisível, terá vencido em grande parte.
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