A promessa de expansão do bitcoin vai desaparecer na fumaça?

Não faz muito tempo, o mercado acreditava que bitcoin tinha tudo para transformar o sistema de moeda global e de transações monetárias. Agora, a criptomoeda parece estar lutando por sua sobrevivência.

A nova realidade veio à tona em 14 de janeiro, quando um desenvolvedor influente do bitcoin, Mike Hearn, declarou que a moeda virtual era um fracasso e revelou que tinha vendido todos seus bitcoins. O preço da moeda, então, caiu 10% em um único dia – resultado triste para aqueles que perderam dinheiro com isso. De fato, o bitcoin tem grande potencial, mas agora está em risco. 

Contudo, ainda é verdade que a maioria das transação e sistemas de hoje de moeda é ineficiente e caro. Pegue como exemplo o North American Stock Exchange, ou NASDAQ. Ela está entre as mais tecnologicamente avançadas do mundo. No entanto, para comprar ou vender uma ação do Facebook na NASDAQ, é preciso esperar vários dias para o comércio ser finalizado. Nos dias de hoje, onde tudo demora milissegundos, isso é praticamente inaceitável.

Na Venezuela, cidadãos que desejam comprar qualquer coisa de valor nas prateleiras dos supermercados esperam o dia todo para fazê-lo, porque a hiperinflação faz com que as moedas em papel percam seu valor a cada dia.

Quando profissionais migrantes enviam dinheiro para suas famílias em lugares como México, Índia e África, pagam por volta de 5% e 12% somente com taxas. E mesmo nos Estados Unidos, processadores de pagamento e empresas de cartão de crédito cobram taxas entre 1% e 2,5% para cada transação. Esse é um fardo para a economia.

O bitcoin chegou para mudar esse cenário, mas nasceu com graves falhas. Desde seu início, seus compradores se mantiveram no anonimato, tornando-se rapidamente um paraíso para traficantes de drogas e anarquistas. Seu preço oscilou descontroladamente, permitindo a especulação louca. E, com a maioria dos bitcoins é de propriedade de um pequeno grupo que começou a promovê-lo, ela tem sido comparada a um esquema de Ponzi. 

Chineses, hoje, controlam mais do que 50% da capacidade de criação de moeda e estão ligados ao resto do ecossistema bitcoin por meio do “Grande Firewall” da China. Isso retarda o sistema inteiro, porque, como explicou Hearn ao portal TechCrunch, o quadro é o equivalente a uma conexão ruim de Wi-Fi em um hotel.

Como se não bastasse, a comunidade bitcoin parece estar envolvido em uma guerra civil aberta. Um pequeno comitê de cinco desenvolvedores do núcleo controla a base de código da moeda e orienta seu futuro.É claro que ela tem seus pontos positivos. A rede distribuída do bitcoin pode, atualmente, processar apenas uma série de transações por segundo. Mesmo em horário de pico, o bitcoin pode exceder as taxas de cartão de crédito, por exemplo.

Alguns especialistas acreditam que, se implementada corretamente, o bitcoin será o melhor modelo transacional e de verificação não só para transações financeiras, como também para votação, registros públicos e transferência de propriedade. E, você, o que acha?