Eis uma previsão incomum nos dias atuais, mas feita de
forma categórica: A computação em nuvem, tal como a conhecemos hoje, estará obsoleta dentro de poucos anos. A previsão é de ninguém menos que
Peter Levine, sócio da companhia de capital de risco Andreessen Horowitz,
que investe em empresas de tecnologia como o Groupon, Lyft, BuzzFeed, Skype, entre outras.
Ele
acredita que o maior poder computacional dos dispositivos inteligentes
de Internet das Coisas, combinado com tecnologias de aprendizagem de
máquina cada vez mais precisas, substituirão em grande parte as
infraestruturas de nuvem pública (IaaS).
“A
nuvem hoje é baseada em um modelo muito centralizado de computação”,
disse Levine. “Informações são enviadas para a nuvem, onde são
armazenadas e processadas. Muitas aplicações vivem na nuvem e os data
centers estão sendo migrados para ela”, acrescentou.
No entanto, já estamos começando a ver dispositivos de Internet das Coisas substituindo algumas
aplicações de computação em nuvem, tais como máquinas autônomas, robôs,
eletrodomésticos e carros inteligentes. “Cada um desses dispositivos
coleta de dados em tempo real. Dada a latência da rede e a quantidade
de informação, em muitos desses sistemas, não é o ideal que essa
informação volte para a nuvem central para ser processada,” diz Levine.
Ele argumenta que a extremidade da rede [onde são executadas as aplicações] será forçada a se tornar mais sofisticada. E acrescenta: “Esta mudança vai transformar a nuvem como a conhecemos.”
Isto leva a que haja um maior número de data centers a serem
colocados junto dos usuários ou da fonte de dados (“edge”) versus
a abordagem mais tradicional onde os data centers estão remotos e
geograficamente distantes do usuário.
Levine
cita o exemplo do carro autônomo. “Ele precisa ser capaz de identificar
um sinal de pare ou um pedestre e agir instantaneamente, com base nas informações que recebe dos sensores. Não posso esperar por uma conexão de rede para
acessar a nuvem para que ela diga o que fazer. Esse processamento precisa acontecer no carro.”
Na opinião de Levine, esse
novo mundo não eliminará a necessidade de uma nuvem centralizada, diz Levine. A nuvem, segundo ele, será onde a informação ficará armazenada por longos períodos de tempo, e onde os algoritmos de aprendizado de máquina acessarão vastas coleções de dados
para análise e treinamento.
A
ideia de dar mais poder à borda de rede não é original. A Cisco, por
exemplo, cunhou o termo fog computing (computação em névoa), que é a
ideia de analisar e agir, em tempo real, sobre dados sensíveis na borda
da rede.
Tudo
isso é um momento “de volta para o futuro”, observa Levine.
Ele recorre à
própria evolução da computação para sustentar sua tese.
A computação
começou com um modelo centralizado, focado no mainframe. Depois veio o
mundo distribuído cliente-servidor. A nuvem tem direcionado a computação
de volta para uma plataforma centralizada. Essa guinada para a
inteligência de borda mais uma vez vai estremecer o mundo da computação,
levando-o de volta aos sistemas distribuídos.”
Neste vídeo (com 25 minutos) o próprio Levine explica os motivos do fim da nuvem como a conhecemos. Vale assistir.
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