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A arte de servir na Era Digital

Antes de todas as coisas, servir ainda é uma habilidade exclusivamente humana e depende do quanto o indivíduo está em unidade consigo mesmo. Por “unidade consigo” podemos definir como saber encontrar a si mesmo, saber se amar, entender a unicidade, a exclusividade e evitar a repetição.

É inútil buscar fora para convencer os outros, a arte de servir é um projeto dentro de si, somente você faz como ninguém. É quando se faz algo com identidade, proporcionando uma experiência única e dando uma dimensão de valor. É como o conhecimento, aumenta com a sua utilização, ou seja, quanto mais ensinamos, mais aprendemos.

Por exemplo, se o seu projeto de natureza é ensinar, você dará aulas autenticas, terá um jeito original de mostrar conteúdo de valor para os seus alunos. Depois, poderão ser tantos meios, e-Learning, YouTube, Quizlet, Skype, Instagram Live e etc. Entretanto são apenas meios.

Há muita confusão para identificar em si próprio este projeto interno único. De certa forma, esta cisão de si consigo mesmo é uma auto sabotagem de se objetificar para ser aceito no meio em que se vive. Eu me anulo, pareço com todos e todos gostam de mim.

Este projeto interno único é simples de se perceber, é sempre aquilo que se faz sem a dimensão tempo espaço consciente. Em outras palavras, é uma ação que te envolve tanto que você não percebe que as horas passaram, não percebe a fome, o sono, o cansaço, a doença. Você simplesmente faz como se não houvesse outra coisa a fazer no mundo naquele momento.

Quero ressaltar a importância da palavra único na arte de saber servir. Porque é um, é uno, é uma coisa só que você faz como ninguém. Como nos ensinaram os antigos romanos: aquele que é extroverso em muitas coisas é inferior em cada uma delas. A vida, temos apenas uma. Enquanto se escreve uma carta não se consegue escrever contemporaneamente outras dez.

Na era digital
Estamos numa era de escala global, de pensamentos massificados, onde quantidade conta mais do que qualidade. Escrevo isso sem juízo de valor, apenas contextualizando o cenário digital. Ao certo, é um novo modelo de negócios que surge e parece ser inevitável.

Como consumidor digital, meu prezado leitor, atenção ao vício da vídeo-dependência. Ainda hoje observei atentamente um ônibus cheio e realizei que todos os passageiros, inclusive os que estavam de pé, estavam com um pequeno monitor na mão – smartphone – consumindo conteúdo rápido, leve e superficial.

Se isso te distrai, é uma consciência correta, pois geralmente serve apenas como distração. Se isso te influencia, aí temos um ponto: análises preditivas fundamentadas em comportamentos de dados históricos não irão substituir a intuição. Na prática, somente você sabe o que é melhor para si mesmo aqui e agora. Nenhum robô dotado Inteligência Artificial e técnicas de Machine Learning irá substituir a sua pessoal capacidade de escolher o melhor para si mesmo. Exceto se você se tornar um robô como comportamento e consciência, apesar de continuar humano.

De outro lado, se você quer servir e este modelo de negócios digital é um meio para a realização do seu projeto, podemos nos prevalecer com inteligência. Afinal, como o não compreendido Maquiavel nos ensinou, os fins justificam os meios.

Os autores do livro “Customização em Massa, 6 passos para conquistar o cliente”, Edward J. Fern, Norma S. Wolfe e Willian S. Postma, trazem-nos pensamentos de base para a compreensão de que – apesar de um meio massificado – cada pessoa impactada deve se sentir como se fosse uma experiência exclusiva.

Na prática, seus meios de comunicação, produção e operação devem convergir para desejos individuais de consumidores que cada vez mais procuram experiências personalizadas.

Por exemplo, uma aula pode ao mesmo tempo ser disponibilizada como videoaula, podcast e texto (artigo ou e-book). O que é importante compreender: os meios digitais estão disponíveis para todos, são meios competitivos igualmente entre todos, portanto seu diferencial será a competência do conteúdo.

Conclusivamente, o bem-sucedido digitalmente terá foco em qualidade – a competência do conteúdo – e na quantidade através da capacidade de fazer relação com tantos meios, tantos influenciadores, tantos distribuidores do seu conteúdo.

Desejo-te sucesso em suas iniciativas digitais.

 

(*) Fábio Camara é  CEO da FCamara

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