Microsoft fecha acordo com CO280 para remover 3,7 milhões de toneladas de carbono

Projeto com fábrica de papel na costa do Golfo reforça meta da empresa de se tornar carbono-negativa até 2030

Author Photo
1:59 pm - 14 de abril de 2025
Imagem: Shutterstock

A Microsoft comprou 3,7 milhões de toneladas de créditos de remoção de carbono da startup CO280, segundo informações do TechCrunch. O volume é suficiente para compensar 12 anos de emissões da primeira planta da CO280, que deve começar a operar em 2028 em uma fábrica de papel localizada na costa do Golfo, nos Estados Unidos.

O movimento se alinha à meta pública da Microsoft de se tornar uma empresa carbono-negativa até o fim desta década, removendo da atmosfera mais gases de efeito estufa do que emite. Em 2023, a empresa registrou a emissão de 17,1 milhões de toneladas de CO₂, e desde então vem intensificando a compra de energia renovável e selando acordos para remoção de carbono como forma de compensação.

Leia também: À frente da Bitso no Brasil, Bárbara Espir quer mais mulheres no mercado de cripto

De acordo com a reportagem, o projeto com a CO280 é o primeiro de uma série de 12 iniciativas planejadas pela startup. Jonathan Rhone, CEO e cofundador da empresa, contou ao TechCrunch que viu uma oportunidade evidente ao integrar tecnologias de captura de carbono à indústria de celulose e papel, que libera cerca de 100 milhões de toneladas de CO₂ biogênico por ano.

A captura será feita com tecnologia da SLB Capturi, joint venture entre a SLB (ex-Schlumberger) e a norueguesa Aker Carbon Capture. O sistema será instalado na caldeira de recuperação da fábrica, equipamento que libera carbono originalmente absorvido pelas árvores durante o crescimento. A lógica do projeto é capturar esse CO₂ antes que ele seja devolvido à atmosfera, transformando um processo natural em uma solução climática.

Segundo a CO280, o carbono capturado será transportado por um oleoduto de cerca de 64 quilômetros até um aquífero salino, onde será armazenado de forma permanente. Nessa primeira fase, o sistema deve remover cerca de 40% das emissões biogênicas e 30% do total de carbono da planta. A empresa já planeja uma segunda etapa, que poderá dobrar esses índices.

O projeto será desenvolvido em modelo de sociedade com as fábricas, que também terão participação nas receitas geradas pela venda dos créditos, hoje cotados a aproximadamente US$ 200 por tonelada. A iniciativa também se beneficia de incentivos fiscais previstos na Lei de Redução da Inflação dos Estados Unidos, o que reduz ainda mais o custo final para os compradores.

Essa não é a primeira grande venda da CO280. A startup já havia negociado créditos com a Frontier, iniciativa apoiada por empresas como Stripe, Google, Shopify e Meta para fomentar o mercado emergente de remoção de carbono.

Siga o IT Forum no LinkedIn e fique por dentro de todas as notícias!

Author Photo
Redação

A redação contempla textos de caráter informativo produzidos pela equipe de jornalistas do IT Forum.

Author Photo

Newsletter de tecnologia para você

Os melhores conteúdos do IT Forum na sua caixa de entrada.