Cibersegurança: proatividade e vigilância constante são essenciais, alerta CrowdStrike

Para Adam Meyers, vice-presidente Sênior de Operações Contra Adversários da CrowdStrike, não basta reagir, é preciso antecipar e se preparar

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8:40 am - 17 de julho de 2024
Adam Meyers, CrowdStrike. Foto: Divulgação

Na busca por fortalecer a cibersegurança, executivos da CrowdStrike enfatizaram em conversa com o IT Forum a importância da visibilidade e da proatividade. “Você não pode apenas esperar por um alerta para aparecer e algo ruim acontecer. É preciso estar proativamente procurando por coisas ruins”, declarou Adam Meyers, vice-presidente Sênior de Operações Contra Adversários da CrowdStrike. Em um cenário em que a espionagem cibernética e a interferência estrangeira estão em alta, Meyers traz um alerta para empresas e governos.

Ele destacou que a espionagem cibernética, especialmente por parte de nações como China, Rússia e Irã, é uma das principais preocupações atualmente. “A China, em particular, tem utilizado tecnologia de empresas já estabelecidas para obter acesso a informações sensíveis. O país quer que isso permeie em todo o Brasil, porque isso lhes dá acesso. São seus olhos e ouvidos”, explicou. Com essa capacidade de rastrear pessoas e líderes mundiais por meio de smartphones, a ameaça se torna ainda mais palpável.

Além da espionagem, a interferência em processos eleitorais é uma área de preocupação crescente. Meyers mencionou que a China tem sido bastante eficaz em mirar nas eleições nos Estados Unidos para garantir vantagens estratégicas, e que o mesmo pode ocorrer no Brasil, tanto em eleições municipais quanto federais. “Podemos esperar ver a IA generativa desempenhando um papel importante, com deepfakes influenciando a opinião pública”, alertou.

Cibersegurança e as ameaças locais

Os atores de ameaças brasileiros e latino-americanos têm focado seus esforços no roubo de informações de cartão de crédito e contas bancárias, destaca o executivo. “Vemos muito do que chamamos de jackpotting de caixas eletrônicos na América Latina. A moeda digital ainda não é tão prevalente no Brasil, mas países como Equador e El Salvador têm avançado nessa direção”, observou Meyers.

A interação entre hackers brasileiros de língua portuguesa e atores de ameaças russos também foi mencionada. “Eles estão aprendendo com a Rússia, e esses atores russos estão crescendo no mercado brasileiro. Também vemos hacktivistas se tornando prevalentes, especialmente durante os processos eleitorais no Brasil”, disse Meyers.

Com o Brasil alinhado com a China em iniciáticas como o Cinturão e Rota (do inglês Belt and Road Initiative), ele alerta para questões de segurança digital em decorrência desse quadro. “Onde quer que a China esteja fazendo negócios, você pode esperar que eles estão roubando informações para ganhar contratos e manipular situações a seu favor”, disse Meyers.

Meyers destacou uma mudança crucial na percepção da cibersegurança, que está se movendo de uma despesa para um investimento. “Isso inclui a participação do nível C na discussão, como o CEO, reconhecendo a importância de uma defesa robusta”, concluiu.

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Déborah Oliveira

Editora-chefe e diretora de Conteúdo do IT Forum, Déborah Oliveira é jornalista com mais de 17 anos de experiência na área de TI. Tem passagens pelas redações da Computerworld, CIO e IDG Now!. Bacharel em Jornalismo, com graduação executiva em Marketing, e MBA em Marketing. Em 2018, foi vencedora do prêmio de melhor Jornalista de TI no Brasil, do Cecom. Em 2019 e 2020, foi destaque do mesmo prêmio na categoria Telecom. É uma das autoras do livro “Da Informática à Tecnologia da Informação – Jornalistas Contam Suas Histórias”, pela editora Reality Books, lançado em 2020.

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