Tecnologias digitais podem humanizar as cidades?

As cidades inteligentes são uma tendência global impulsionada pelos desafios que os municípios enfrentam e as possibilidades ofertadas pelas tecnologias digitais. A integração de tecnologias como IoT, big data, softwares e redes sociais tem poder de transformar as cidades, no entanto é necessário ir além.
Hoje o grande desafio dos gestores urbanos é adequar as cidades para o convívio humano considerando toda a complexidade que envolve os espaços, equipamentos e serviços existentes e os necessários. Estamos falando da humanização urbana. Neste sentido, as tecnologias digitais provêm amplo suporte para cumprimento de todas as etapas deste processo de adequação.
De acordo com Antonio Oliveira Filho, diretor executivo do Instituto Dbike, organização sem fim lucrativo voltada à mobilidade urbana, o enfoque de uma cidade inteligente é fazer uso da tecnologia em seu processo de planejamento com a participação dos cidadãos. “É importante usar a tecnologia para tornar a cidade um ambiente produtor de dados valiosos à tomada de decisão em benefício do cidadão e não da gestão administrativa da mesma”, avaliou durante painel realizado na quarta-feira, 8, no IT Forum Expo 2017.
Segundo ele, a ruptura de modelo é significativa: migrar uma visão da gestão extrativista para uma visão social e humanística. E motivações para humanizar uma cidade e torná-la inteligente não faltam. Oliveira citou a degradação humana e social, o caos e desorientação urbanística e a ausência de planejamento de longo prazo como algumas delas.
“A grande oportunidade de negócio gerada pelas tecnologias digitais para humanização urbana é desconhecida por parte das empresas. Instrumentos tecnológicos para gestão administrativa, operacional e do conhecimento, são determinantes nesse momento de grande produção e de acúmulo de informação”, ressaltou.