Finep Startup direcionará R$ 400 milhões a empresas nos próximos anos

O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Gilberto Kassab, destacou a importância do apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) ao desenvolvimento de empresas nascentes de base tecnológica. A declaração foi feita durante o lançamento do programa Finep Startup, em São Paulo.
“O programa recém-lançado tem o objetivo de alavancar empresas em fase final de desenvolvimento de produto, algo muito importante tanto para a Finep como para o MCTIC e o governo federal”, disse Kassab. “Considero essa uma das principais finalidades da Finep: apoiar startups a superar o chamado ‘vale da morte’.”
A chamada pública para startup deve apoiar 50 empresas por ano em duas rodadas de investimentos – em cada uma, 25 empresas serão selecionadas. Segundo o presidente da Finep, Marcos Cintra, a expectativa é que o programa ofereça até R$ 400 milhões em quatro anos.
Ele lembrou que a Finep já apoia startups via fundos de investimento em participações (FIPs), dos quais associa-se como cotista. Mas, com o Finep Startup, passa a investir diretamente nas companhias em ação que tem o objetivo de aportar conhecimento e recursos financeiros por meio de participação no capital de empresas em estágio inicial, com faturamento anual de até R$ 3,6 milhões.
Para contribuir para que as empresas cheguem ao mercado, o Finep Startup selecionará companhias com protótipo, Produto Viável Mínimo (MVP, na sigla em inglês), prova de conceito ou, preferencialmente, já realizando suas primeiras vendas. Esse tipo de contrato transforma a investidora – no caso, a Finep – em uma potencial acionista da empresa. A opção de se tornar sócia da startup terá prazo de até três anos, prorrogável por mais dois anos. Se a empresa for bem-sucedida, a agência pode exercer essa opção.
Caso a empresa não seja bem-sucedida na execução de seu plano de crescimento e não alcance o estágio de maturidade esperado, a Finep não exerceria a prerrogativa, minimizando potenciais passivos por um lado, e compartilhando o risco inerente ao processo de inovação por outro. O modelo, inédito na esfera pública no Brasil, é inspirado em programas de outros países, particularmente dos Estados Unidos, mas incorporou inovações.
A expectativa é de que o apoio se concentre nas seguintes áreas temáticas: educação, cidades sustentáveis, fintech – junção de finanças com tecnologia –, internet das coisas (IoT, na sigla em inglês), economia criativa, energia, defesa, mineração, petróleo, manufatura avançada, biotecnologia, tecnologia agrícola, química e modelagem da informação da construção (BIM, na sigla em inglês).