Devemos nos preocupar com humanos, não com AI, diz Eric Schmidt

Máquinas ganhando inteligência, superando humanos e destruindo o mundo. Para Eric Schmidt, chairman-executivo da Alphabet, empresa-mãe do Google, esse cenário apocalíptico se encaixa perfeitamente no roteiro de filmes, não na vida real. “É ficção. Ainda não ocorreu e estamos aqui”, disse durante o RSA Conference, evento da RSA que acontece nesta semana em San Francisco, nos Estados unidos.
Para ele, humanos deveriam gastar mais tempo se preocupando com outros seres humanos em vez de ficarem obcecados com a possibilidade de a inteligência artificial (AI, da sigla em inglês) se transformar em algo ruim. Ele brincou referenciado um de seus amigos, cientista do Massachusetts Institute of Technology (MIT), que diz que humanos vão se revoltar muito antes das máquinas.
O próprio executivo já subestimou a inteligência artificial, revelou. “Era cético e depois vi que estava completamente errado”, contou, acrescentando que desde então reconheceu como o tema é vital tanto para a missão do Google, hoje, como para a economia global.
Schmidt engrossa o coro de outros visionários da indústria, como Mark Zuckerberg, fundador e CEO do Facebook, e o CEO da Netflix, Reed Hastings, que acreditam que inteligência artificial será bastante positiva para a sociedade. Tanto é que ele acredita em grandes impactos em segmentos como saúde e transporte.
Em sua visão, acidentes de trânsito poderão ser evitados e diagnósticos médicos serão mais precisos. “Vou apostar minha reputação de que essa será a verdadeira narrativa nos próximos cinco anos”, disse, arrancando risos da plateia.
Ele citou, ainda, um caso de uso de inteligência artificial no próprio Google. De acordo com ele, engenheiros de data center da gigante usaram a tecnologia para desenhar o centro de dados e com isso foi possível aumentar em 15% a eficiência energética do local.
Para que a inteligência artificial ganhe contorno positivos, no entanto, o executivo afirmou que capacidades de aprendizado de máquina devem ser construídas em uma comunidade aberta e não em laboratórios militares, como aconteceu com a internet.
*A jornalista viajou a San Francisco (EUA) a convite da RSA