Robôs devem revolucionar guerras, dizem especialistas

Cedo ou tarde robôs farão parte da nossa rotina. De acordo com previsões da IDC, os gastos com robótica e serviços relacionados em todo o mundo vão mais que dobrar em 2020, chegando a US$ 188 bilhões – em 2016, o número foi de US$ 91,5 bilhões. O fato é que robôs farão diversas atividades hoje realizadas por seres humanos e isso afetará alguns setores. A bola da vez levantada durante discussão no Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suiça, são as guerras. Para especialistas, robôs revolucionarão algumas ações em combates e isso tem seus prós e contras.
Durante debate dedicado ao “futuro da guerra”, a conclusão é que os avanços tecnológicos transformarão atuação de exércitos em guerra, com papel preponderante aos robôs, como drones. Isso pode ajudar nas estratégias de combates, mas também equilibrar diferenças entre Estados e grupos terroristas, afirmaram os especialistas.
“Certamente veremos cada vez mais missões militares encarregadas a robôs”, destacou Mary Cummings, professora especializada em interação entre humanos e robôs na Universidade de Duke (EUA), que lembrou também que Israel já anunciou a intenção de substituir todos seus pilotos por robôs e, nos EUA, generais garantem que o último piloto de caça da história da força aérea já nasceu.
Mary afirmou que missões de caça e de bombardeio já são efetuadas com mais precisão com aeronaves sem piloto do que com humanos e que é mais seguro para a força aérea norte-americana enviar um drone para uma missão de bombardeio.
A ministra holandesa da Defesa, Jeanine Antoinette Plasschaert, defende que este tipo de arma é uma evolução definitiva, e que não há como voltar atrás. Jeanine diz que estaremos frente a sistemas de inteligência artificial capazes de modificar suas regras de missão durante o próprio combate, o que traz a necessidade de uma dimensão ética e controle humano para esse tipo de equipamentos.
O outro lado da moeda é que a difusão em grande escalas dessas tecnologias pode trazer alguns problemas. Um caça norte-americano, por exemplo, poderia ser neutralizado por uma série de pequenos drones construídos com impressoras 3D por um baixo custo. Ou seja, um grupo terrorista poderia imprimir milhares de drones em 3D e equipá-los com armas para provocar danos.
O fato é que nos aproximamos de uma nova era e será preciso muito debate e, sobretudo, regras para o uso de tecnologias baseadas em inteligência artificial.