Recuperação de dados: preocupação além do backup

A digitalização das transações e dos negócios tem levado a um aumento exponencial dos dados nas organizações e ao crescente investimento das empresas em soluções sofisticadas de backup. A questão, no entanto, é que enquanto boa parte dos gestores de TI percebe a necessidade de garantir a cópia de segurança das informações, nem todos estão atentos à importância de ter um plano adequado de recuperação de sistemas ou aplicações críticas, em caso de falhas ou problemas.
Ou seja, uma abordagem adequada de backup contempla não só o armazenamento dos dados de forma segura, mas a garantia de uma recuperação adequada em caso de problemas. Caso contrário, as ferramentas que garantem a cópia de segurança funcionam apenas como um grande repositório de dados, sem relevância estratégica para o negócio.
Assim, não basta apenas pensar no backup, empresas precisam estar atentas à capacidade de recuperação dos dados em casos de desastres, que vão desde queda de energia, falha no hardware, erro humano até incêndios, furacões e outras catástrofes naturais. O que depende de uma abordagem eficiente e bem organizada e que passa por quatro etapas fundamentais: definir o tempo de recuperação dos diferentes ambientes; estabelecer quais áreas e aplicativos são críticos; escolher tecnologias adequadas; e desenhar um plano sobre como proceder em caso de falhas ou interrupções.
O primeiro passo de uma abordagem eficiente de backup passa pela definição dos objetivos específicos de tempo de recuperação (RTO). Ou seja, é necessário mapear diversos dados e aplicativos que rodam na organização e estabelecer em quanto tempo eles precisam voltar à ativa em caso de problemas.
A partir desse mapeamento da criticidade dos dados e aplicativos e a tolerância dos negócios ao downtime, é possível criar um sistema em camadas para manter e arquivar os dados de acordo com os diferentes tempos de recuperação, sem impactar de forma negativa nos negócios ou em um aumento de custos desnecessário para a organização.
O segundo passo de um bom plano de recuperação passa pelo estabelecimento da periodicidade do backup, a partir dos requisitos das diferentes áreas de negócios, das necessidades do setor e da própria legislação referente à retenção dos dados. Assim, é possível definir de quanto em quanto tempo será realizado o backup dos diferentes aplicativos e dados. Hoje, soluções modernas com backup contínuo permitem a criação de pontos de recuperação (RPO) automaticamente de cinco em cinco minutos, minimizando a perda de dados após um sinistro.
A escolha das tecnologias adequadas representa o terceiro pilar de uma abordagem eficiente de recuperação. Isso porque, o meio no qual os dados estão armazenados precisa não só ser confiável como também deve garantir uma restauração inteligente. As mais modernas soluções do mercado permitem que os usuários utilizem uma interface gráfica para recuperar itens de forma individual – sem a necessidade de analisar todo o backup – o que reduz custos e aumenta a produtividade das organizações.
O quarto – e talvez mais importante – passo para a definição de uma abordagem adequada passa pela criação de um plano para recuperação em caso de desastres. Ou seja, definindo o que fazer em caso de falhas ou interrupções, a partir dos parâmetros criados para RTO e RPO, os contratos de nível de serviço e os responsáveis por restaurar cada sistema.
E sua empresa, está preparada para recuperação de desastres?
*Luciane Trarbach é gerente de Produtos de Proteção de Dados da Dell Software para América Latina