Internet das coisas toma forma rapidamente na América Latina, observa Cisco

Internet das coisas (IoT na sigla em inglês) está tomando forma rapidamente na América Latina, segundo Jordi Botifoll, presidente da Cisco para América Latina e líder interino da operação brasileira da fabricante. Países como Brasil, México, Argentina, Chile e Colômbia estão investindo no tema e na transformação digital, observou o executivo em conversa com jornalistas da região durante o Cisco Partner Summit, que acaba hoje (3/3) em San Diego (EUA).
IoT é, inclusive, um dos temas prioritários da empresa na região. “Levamos quatro anos para fazer o processo de digitalização da área e criamos um framework com base em três pilares”, explicou, citando cada um deles. O primeiro é ajudar os governos a serem mais eficazes, melhorando a experiência das pessoas. O segundo, prosseguiu, é usar cidades inteligentes e conectividade para aprimorar a competitividade dos países da região. E, por fim, o terceiro trata da inclusão social por meio da tecnologia. Botifoll destaca nesse pilar a Cisco Academy, que tem como missão capacitar profissionais em diversas áreas da tecnologia, entre elas IoT.
“A Cisco tem capacidade de fomentar esses três pilares com base em nossos centros de inovação, como o que temos no Rio de Janeiro e com a ajuda do nosso ecossistema na América Latina, que atualmente soma 6,3 mil parceiros”, enumerou o executivo.
De acordo com o Botifoll, a América Latina tem uma vantagem em relação à evolução da digitalização. “A região tem muitos talentos da geração milênio. Isso significa que os países podem se adaptar melhor à tecnologia, transformando-a em fator de competitividade.”
Ecossistema
Na avaliação do executivo, os parceiros têm feito a diferença no Brasil em um momento de adversidade econômica. “Me orgulha ver como o ecossistema está indo bem”, afirmou, completando que o investimento no País segue a todo vapor. “Continuamos a investir no Brasil e um dos exemplos está nas Olimpíadas”, assinalou.
De forma geral, ele relata que o Brasil tem bastante potencial de negócios, uma vez que se faz latente a necessidade de melhorar a produtividade e isso significa mudar processos e tecnologia. Uma mensagem que a empresa está levando para seus mais de 2,5 mil parceiros em solo nacional.
Marcelo Ehalt, líder do time de Partner Organization da Cisco Brasil, tem trabalhado muito próximo dos parceiros desde que assumiu a área há um ano e meio para ajudá-los nas conversas com os clientes rumo à produtividade. “No Brasil, 98% dos nossos negócios são feitos via parceiros. Eles são vitais para nós”, garantiu em entrevista ao IT Forum 365, acrescentando que a Cisco é uma empresa de canais e sempre será. “Nossa estratégia está voltada para o canal crescer, ter sucesso e rentabilidade.”
Outra área de investimento, apontou, é segurança. “Não só em razão da digitalização dos negócios, mas também pela visão das empresas que até pouco tempo pensavam em segurança como uma ‘caixa’, agora ela tem de ser aplicada ao perímetro”, indicou.
*A jornalista viajou para San Diego (EUA) a convite da Cisco